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MERCADO FINANCEIRO
Dólar sobe 1,5% em dia de poucos negócios
da Reportagem Local
A baixa liquidez e a ação compradora de alguns bancos fizeram o dólar comercial fechar a
R$ 1,829 ontem -alta de 1,50%
em relação a sexta-feira.
Foi a maior cotação e a maior
alta desde 12 de julho. Mas os
próprios analistas dizem que a
culpa foi da falta de negócios
-cerca de metade do que os realizados na segunda-feira da semana passada.
Não há grandes pressões de
vencimentos em moeda norte-americana nesta semana. Até sexta-feira, vencem US$ 204 milhões
em eurobonds (dívidas de empresas brasileiras no exterior).
Para comparação, na primeira
semana de junho, o vencimento
foi de US$ 700 milhões.
Amanhã, expiram R$ 400 milhões em NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial), títulos
do governo reajustados pelo
câmbio e por juros prefixados.
Mas o governo já anunciou um
leilão de R$ 500 milhões em títulos de mesma natureza.
Amanhã também é o último dia
de entrada de cerca de US$ 600
milhões, referentes à privatização
da Paranapanema, na semana
passada, o que deve dar um alívio
ao câmbio.
Pela conjunção de fatores, a
aposta é que a moeda recue.
"Não há uma tendência. O país
que tem contas equilibradas recepciona investimentos. Do contrário, alegra o especulador",
disse Carlos Alberto Abdalla, da
corretora Souza Barros.
A Bolsa de Valores de São Paulo
registrou queda de 2,21%, ampliando o recuo da Bolsa de Nova
York e demonstrando apreensão
com o resultado da balança comercial brasileira.
O superávit de R$ 93 milhões
foi considerado decepcionante,
segundo operadores.
No mercado externo, prevalece
o temor de um aumento na taxa
de juros norte-americana, que
pode acontecer se for detectada
pressão inflacionária no país.
Seguindo a tendência de tentar
alongar sua dívida pública, o Tesouro coloca hoje em leilão títulos prefixados (BBCs) de 44 dias.
Os prazos anteriores de vencimento eram de 28 e 35 dias.
Os juros de mercado (taxa Selic) estão projetados em 19,5% ao
ano. No último leilão, na quinta-
feira, os juros médios pagos foram de 21,38%.
(MARCELO DIEGO)
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