São Paulo, Terça-feira, 03 de Agosto de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Dólar sobe 1,5% em dia de poucos negócios

da Reportagem Local

A baixa liquidez e a ação compradora de alguns bancos fizeram o dólar comercial fechar a R$ 1,829 ontem -alta de 1,50% em relação a sexta-feira.
Foi a maior cotação e a maior alta desde 12 de julho. Mas os próprios analistas dizem que a culpa foi da falta de negócios -cerca de metade do que os realizados na segunda-feira da semana passada.
Não há grandes pressões de vencimentos em moeda norte-americana nesta semana. Até sexta-feira, vencem US$ 204 milhões em eurobonds (dívidas de empresas brasileiras no exterior). Para comparação, na primeira semana de junho, o vencimento foi de US$ 700 milhões.
Amanhã, expiram R$ 400 milhões em NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial), títulos do governo reajustados pelo câmbio e por juros prefixados.
Mas o governo já anunciou um leilão de R$ 500 milhões em títulos de mesma natureza.
Amanhã também é o último dia de entrada de cerca de US$ 600 milhões, referentes à privatização da Paranapanema, na semana passada, o que deve dar um alívio ao câmbio.
Pela conjunção de fatores, a aposta é que a moeda recue.
"Não há uma tendência. O país que tem contas equilibradas recepciona investimentos. Do contrário, alegra o especulador", disse Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza Barros.
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou queda de 2,21%, ampliando o recuo da Bolsa de Nova York e demonstrando apreensão com o resultado da balança comercial brasileira.
O superávit de R$ 93 milhões foi considerado decepcionante, segundo operadores.
No mercado externo, prevalece o temor de um aumento na taxa de juros norte-americana, que pode acontecer se for detectada pressão inflacionária no país.
Seguindo a tendência de tentar alongar sua dívida pública, o Tesouro coloca hoje em leilão títulos prefixados (BBCs) de 44 dias. Os prazos anteriores de vencimento eram de 28 e 35 dias.
Os juros de mercado (taxa Selic) estão projetados em 19,5% ao ano. No último leilão, na quinta- feira, os juros médios pagos foram de 21,38%. (MARCELO DIEGO)


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