MARCELO DIEGO
da Reportagem Local

Cerca de 600 corretores da Bolsa de Valores de São Paulo prometem paralisar os trabalhos hoje, das 11h às 11h30, em protesto contra a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no mercado acionário.
A CPMF é um tributo de 0,38% sobre as operações financeiras. Desde que voltou a ser cobrada, em 17 de junho, vem afastando investidores da Bovespa.
De junho para julho, o volume financeiro na Bolsa caiu 23,5%. Julho foi o segundo pior mês do ano, em giro. Os estrangeiros estão preferindo negociar os ADRs (American Depositary Receipts), recibos de ações brasileiras no exterior.
Vinte e quatro recibos brasileiros são negociados nos EUA, com lastro em ações brasileiras. Assim, o investidor escapa da CPMF. O volume de negócios com ADRs pulou de US$ 60 milhões (junho) para US$ 300 milhões (julho).
Temendo que a migração se prolongue e cause desemprego, os operadores vão tentar sensibilizar o governo para que retire a CPMF da Bolsa.
O recado já teria sido dado ontem ao vice-presidente Marco Maciel, que visitou a Bovespa. Os operadores da Bolsa do Rio prometem apoiar o movimento.
O pregão viva voz da Bovespa funciona das 10h às 13h e das 14h às 17h. O pregão eletrônico funciona das 10h às 17h15.
O horário da paralisação não é considerado de grande movimento. Segundo Renato Lutti, assessor de imprensa da Bovespa, a paralisação não tem uma liderança definida e não é apoiada pela Bolsa ou pelas 72 corretoras que a integram.
"A Bolsa deveria ser vista como um importante fomento econômico, um recurso para as empresas conseguirem novos sócios. Com a cobrança da CPMF, os recursos estão migrando para os ADRs", disse Roberto Dotta, da Tudor Asset Management.
"Não adianta fechar a Bovespa por meia hora. É preciso levar argumentos para o pessoal de Brasília analisar", afirmou Charles Phillipp, operador da SLW.


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