São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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1º teste da portabilidade de telefone ocorre hoje

Primeiros pedidos de mudança serão efetivados

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Claro, na telefonia móvel, e a GVT, na fixa, estão liderando a disputa por clientes neste começo da implantação da portabilidade, o serviço que permite trocar de operadora levando o número do telefone.
Até ontem às 16h45, a Claro tinha recebido 458 pedidos de clientes interessados em deixar sua operadora, a maior parte saídos da Vivo (228). Já 171 clientes da Claro pediram para trocar de operadora, o que significa que a cada cliente que deixa a tele, ela ganha outros três até aqui. Já a TIM recebeu 180, mas perdeu 208. Na Vivo essa proporção foi de 203 contra 319, na Oi (móvel), ela foi de 1 contra 34, e na Brasil Telecom (móvel), de 36 contra 129.
A primeira efetivação dos pedidos de portabilidade estava prevista para a madrugada de hoje, entre 2h e 4h. É nesta hora que poderá haver problemas técnicos, mas, segundo os engenheiros que monitoram o funcionamento das redes, as chances de que algo muito grave ocorra seriam remotas.
Segundo Eduardo Tude, presidente do Teleco, consultoria da área de telecomunicações, essa movimentação reforça o que as pesquisas já indicavam. "Quem era líder tende a perder na fixa e na móvel", diz.
Para Tude, outro diferencial é a campanha publicitária da Claro, que saiu na frente defendendo a portabilidade enquanto outras teles pediram o adiamento do serviço. "Mas ainda é cedo para dizer que ela será a maior beneficiada com a portabilidade", diz. "Estamos falando de uma área de cobertura muito pequena. São Paulo e Rio de Janeiro só entram em operação em 2009."
Na rede fixa, a movimentação ocorreu entre GVT e a BrT (Brasil Telecom). Os números da ABRT, a associação que centraliza os dados da portabilidade no país, mostram que a GVT teve 260 pedidos de chegada e 9 clientes de partida no período considerado. A BrT registrou 5 adesões e 239 perdas, quase todas elas para a GVT.
No interior de São Paulo, onde atuam a Telefônica e a Embratel, a portabilidade praticamente não ocorreu. Até as 16h45, a Telefônica havia recebido dois pedidos e perdido três clientes. Na Embratel, essa proporção foi de 10 contra 6.
Segundo Tude, os consumidores ainda não sabem que podem aderir a produtos como o Livre, da Embratel, mantendo seus números mesmo em telefones via internet. Por meio de sua assessoria de imprensa, a operadora diz que ainda não há uma campanha avisando que seus produtos são uma opção à portabilidade.
A Pro Teste, instituição de defesa do consumidor, afirma que disse à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que as operadoras não estariam comunicando os consumidores adequadamente sobre a portabilidade. "Há propagandas, mas elas não são suficientes", diz Maria Inês Dolci, do Pro Teste.
Em resposta a um ofício da instituição, a Anatel afirmou que cabe às operadoras informarem os consumidores. "Enviamos ofício a todas elas há mais de um mês cobrando uma posição", disse Dolci. "Ainda não recebemos resposta."
As teles alegam que suas centrais de atendimento estão devidamente preparadas para informar os consumidores. Algumas dizem que já dispõem, inclusive, de sites específicos para atender aos clientes.


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