São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Setor de serviços retoma expansão em agosto, diz HSBC

O setor de serviços iniciou um processo de recuperação no país em agosto, interrompendo assim um ciclo de dez meses de contração na atividade.
É o que revela o PMI Serviços HSBC Brasil, levantamento sobre o setor de serviços feito em parceria pelo HSBC e pela consultoria Markit Economics, que será divulgado hoje pela primeira vez.
Segundo o economista-chefe do HSBC Brasil, André Loes, o indicador avalia apenas o desempenho das companhias privadas.
"É por isso que o PIB de serviços [do IBGE] trouxe dados positivos no primeiro trimestre, e o índice PMI, negativos", afirma Loes.
O Índice de Atividade do PMI Serviços registrou 52,9 pontos, em uma escala de 0 a 100. Quando o número supera 50 pontos, sinaliza uma expansão. Abaixo desse patamar, indica uma retração.
O panorama do setor de serviços em agosto aponta para aumento no custo, redução de preços, criação de novas vagas de emprego e otimismo dos empresários, de acordo com outros indicadores que compõem a pesquisa PMI Serviços.
"As empresas de serviço precisaram fazer um esforço de redução da margem de lucro para conseguir um aumento no volume de negócios", afirma Loes. "Esse é um comportamento natural em um período de crise econômica."
Loes afirma que o período de redução da atividade que o setor de serviços passou nos últimos dez meses é reflexo da crise. A escassez de crédito, a queda nas vendas no varejo, o aumento do desemprego e a diminuição da massa salarial afetaram o setor, diz.
"As dificuldades do setor de serviços não foram diferentes das que afetaram a indústria. Os reflexos no setor foram apenas mais tênues."
O setor de serviços responde por mais de 60% do PIB brasileiro e há poucos informações sobre esse segmento.

NA TOMADA
A marca Taiff, de secadores de cabelo, acaba de fechar contrato com um distribuidor para comercializar seus produtos na China. A meta, segundo Horácio Lira, responsável pelas exportações da Taiff, é ampliar a fábrica da empresa em São Paulo para atender ao aumento da participação da marca no mercado chinês, mas a empresa não descarta a possibilidade de montar também uma fábrica na China. Hoje a Taiff exporta para mais de 26 países, incluindo todo o continente americano. A empresa também acaba de lançar no mercado brasileiro um secador feito com plástico biodegradável, resistente ao calor, produzido com fontes renováveis, como milho e sementes de girassol. As matérias-primas das resinas são fornecidas pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

ÀS COMPRAS
O pagamento por meio eletrônico foi um dos principais responsáveis pela alta nas vendas do setor supermercadista, de acordo com levantamento da Abras (associação de supermercados).

NA ÁSIA
Alessandro Teixeira (Apex-Brasil) participará da feira de investimentos CIFIT, no próximo dia 8, na China. Ele fará palestra sobre as oportunidades que o Brasil e os países da América do Sul oferecem em setores como imobiliário, de agronegócios, sucroalcooleiro, de TI, energético e de infraestrutura.

CARACTERES
O Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) estreia hoje no Twitter. Vai divulgar índices e pesquisas.

VOO ALTO
Nizan Guanaes, do Grupo ABC, será o patrocinador mundial do CGI (Clinton Global Iniciative), um dos maiores encontros de negócios do mundo, que será realizado de 22 a 25 deste mês em Nova York. Ontem, ele embarcou para NY com vários empresários brasileiros. No dia 22, ele e Donata Meirelles organizam um jantar no tradicional Rockefeller Center, com a presença de Bill Clinton.

VISITA
Christine Lagarde, ministra da Economia da França, estará na comitiva do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que virá ao Brasil na próxima semana. Ela vai participar de palestra na Faap, em São Paulo, na próxima terça-feira, sobre a "França e o G20", para alunos e convidados.

Alta do real vai durar, afirma Tendências

O saldo positivo do fluxo cambial brasileiro de agosto mostra que a tendência de fortalecimento do real vai continuar nos próximos meses e o Brasil terá de se acostumar com o câmbio valorizado. Essa é a opinião dos economistas Felipe Salto e Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências.
"O câmbio reflete o movimento de uma economia que ascendeu a uma posição mais positiva. Resta ao país aprender a lidar com uma moeda que se tornou mais forte, e requisitar mudanças que elevem a competitividade dos produtos brasileiros."
Até o dia 28, o saldo do fluxo cambial de agosto foi de US$ 2,826 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central.
Para a Tendências, a entrada de capital estrangeiro no Brasil deve crescer nos próximos meses. Os motivos são que a economia do país já está em recuperação e traz perspectivas positivas para médio e longo prazo.
A opinião dos economistas é que o BC deve continuar com a atual política de intervenção para evitar a volatilidade do câmbio, mas não é necessário criar novas medidas para controlar o câmbio.

TECNOLÓGICO
Nick Donofrio, pesquisador emérito da IBM -a mais elevada honra da área técnica da companhia no mundo-, desembarcou em São Paulo nesta semana. Donofrio, que ocupava a vice-presidência-executiva de inovação e tecnologia da IBM, até se aposentar no final do ano passado, veio participar de evento sobre desenvolvimento tecnológico e preocupação ambiental. Entre as empresas brasileiras que se destacam no uso estratégico da tecnologia, o especialista cita Embraer e Petrobras.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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