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Indústria, varejo e trabalhadores criticam decisão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Representantes de indústria
e comércio e centrais sindicais
criticaram a decisão do Copom
(Comitê de Política Monetária)
de manter a taxa básica de juros
inalterada em 8,75% ao ano.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), Paulo Skaf, disse
que já se tornou "cansativo" repetir as críticas. "O Copom não
percebeu que estamos perdendo pontos no PIB [Produto Interno Bruto], empregos e renda, por não abaixar os juros."
"Acho muito cansativo ficar
repetindo a mesma coisa a cada
anúncio. [Mas] não podemos
ser omissos, é preciso seguir
reivindicando crescimento, geração de emprego e renda",
afirmou Skaf em nota.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto,
por sua vez, disse ser "inaceitável" a interrupção na queda da
Selic. Para ele, a superação da
crise ainda está distante, apesar
dos sinais de melhora na economia, e não há pressões inflacionárias para justificar a manutenção de juros elevados.
De acordo com o presidente
da Fecomercio-SP (Federação
do Comércio de São Paulo),
Abram Szajman, a taxa Selic em
8,75% é "conservadora" para a
situação atual do país. Ele também afirma que o risco de alta
dos preços é baixo. A entidade
questiona ainda as taxas de juros nas modalidades de empréstimos para o consumidor.
"Essas taxas estão muito longe
de um dígito. A maioria está na
casa dos três dígitos."
A ACSP (Associação Comercial de São Paulo) elogiou a atitude do Banco Central e disse
que o problema maior reside no
"spread" bancário -diferença
entre a taxa a que o banco capta
e a que ele empresta dinheiro.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse
que a decisão frustra trabalhadores. "O BC, ao manter a taxa
em patamares proibitivos, prejudica o setor produtivo."
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