São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Santander conclui oferta na Bovespa neste mês

Banco define práticas de governança e membros do conselho de administração

Com operação, banco de origem espanhola poderá passar o valor de mercado do Bradesco, segundo a consultoria Economática

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Santander decidiu acelerar a captação de recursos na Bolsa e concluir ainda em setembro a operação, vista como a maior já feita por um banco no país e a segunda depois da abertura de capital da VisaNet, que somou R$ 8,4 bilhões.
A expectativa do mercado é que o banco consiga levantar ao menos R$ 7,1 bilhões, o equivalente a 15% de seu capital social de R$ 47,152 bilhões. Os recursos devem reforçar o caixa para novos empréstimos, especialmente na expansão da carteira de crédito imobiliário.
O prospecto com detalhes da operação, comandada pelos bancos UBS, Credit Suisse, Bank of America/Merrill Lynch e o próprio Santander, deve ser encaminhado ainda nesta semana à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A conclusão da captação está prevista para o dia 28 de setembro, sendo que o período de reserva de papéis deve terminar entre os dias 21 e 22. As novas ações do banco deverão estrear na Bolsa entre o final deste mês e o início de outubro.
O banco pretende trazer ao Brasil práticas de governança corporativa e de transparência compatíveis com as desenvolvidas pela matriz na Espanha. O objetivo é ganhar a confiança de investidores locais e estrangeiros para se tornar uma espécie de porta-voz do novo mercado de capitais brasileiro.
O novo conselho de administração do Santander Brasil deverá ser presidido pelo espanhol Marcial Portela, homem de confiança de Emilio Botín, presidente mundial do banco. Portela supervisiona as operações brasileiras do Santander, hierarquicamente acima de Fabio Barbosa, presidente do banco no Brasil. Também deverá fazer parte do conselho o espanhol José Antonio Álvarez, diretor-financeiro do grupo. Ambos deram entrada formal no Banco Central com pedido de autorização para exercer função executiva no banco também no Brasil.
Segundo a Folha apurou, a operação pode trazer uma novidade para os acionistas pessoa física, que poderão ficar com entre 10% e 20% das ações ofertadas. Os coordenadores da oferta acreditam que haverá mais demanda do que papéis, o que pode levar a rateio das ações, como aconteceu com VisaNet, BM&F e Bovespa.
Os advogados estudam uma solução jurídica para dar algum tipo de preferência no rateio para os clientes do banco. O escritório que cuida da parte jurídica é o Pinheiro Neto.
Com a operação, o Santander pode ultrapassar o valor de mercado do Bradesco, que valia R$ 84,1 bilhões ontem na Bolsa. Segundo projeção da Economática, o banco poderá chegar à Bolsa com valor de mercado da ordem de R$ 120 bilhões, pouco atrás dos R$ 126,6 bilhões do Itaú Unibanco.
A Folha não conseguiu falar com o banco ontem sobre a oferta.


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