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Santander conclui oferta na Bovespa neste mês
Banco define práticas de governança e membros do conselho de administração
Com operação, banco de origem espanhola poderá passar o valor de mercado do Bradesco, segundo a consultoria Economática
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Santander decidiu acelerar
a captação de recursos na Bolsa
e concluir ainda em setembro a
operação, vista como a maior já
feita por um banco no país e a
segunda depois da abertura de
capital da VisaNet, que somou
R$ 8,4 bilhões.
A expectativa do mercado é
que o banco consiga levantar ao
menos R$ 7,1 bilhões, o equivalente a 15% de seu capital social
de R$ 47,152 bilhões. Os recursos devem reforçar o caixa para
novos empréstimos, especialmente na expansão da carteira
de crédito imobiliário.
O prospecto com detalhes da
operação, comandada pelos
bancos UBS, Credit Suisse,
Bank of America/Merrill
Lynch e o próprio Santander,
deve ser encaminhado ainda
nesta semana à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A conclusão da captação está
prevista para o dia 28 de setembro, sendo que o período de reserva de papéis deve terminar
entre os dias 21 e 22. As novas
ações do banco deverão estrear
na Bolsa entre o final deste mês
e o início de outubro.
O banco pretende trazer ao
Brasil práticas de governança
corporativa e de transparência
compatíveis com as desenvolvidas pela matriz na Espanha.
O objetivo é ganhar a confiança
de investidores locais e estrangeiros para se tornar uma espécie de porta-voz do novo mercado de capitais brasileiro.
O novo conselho de administração do Santander Brasil deverá ser presidido pelo espanhol Marcial Portela, homem
de confiança de Emilio Botín,
presidente mundial do banco.
Portela supervisiona as operações brasileiras do Santander,
hierarquicamente acima de Fabio Barbosa, presidente do banco no Brasil. Também deverá
fazer parte do conselho o espanhol José Antonio Álvarez, diretor-financeiro do grupo. Ambos deram entrada formal no
Banco Central com pedido de
autorização para exercer função executiva no banco também no Brasil.
Segundo a Folha apurou, a
operação pode trazer uma novidade para os acionistas pessoa física, que poderão ficar
com entre 10% e 20% das ações
ofertadas. Os coordenadores
da oferta acreditam que haverá
mais demanda do que papéis, o
que pode levar a rateio das
ações, como aconteceu com VisaNet, BM&F e Bovespa.
Os advogados estudam uma
solução jurídica para dar algum
tipo de preferência no rateio
para os clientes do banco. O escritório que cuida da parte jurídica é o Pinheiro Neto.
Com a operação, o Santander
pode ultrapassar o valor de
mercado do Bradesco, que valia
R$ 84,1 bilhões ontem na Bolsa. Segundo projeção da Economática, o banco poderá chegar à Bolsa com valor de mercado da ordem de R$ 120 bilhões, pouco atrás dos R$ 126,6
bilhões do Itaú Unibanco.
A Folha não conseguiu falar
com o banco ontem sobre a
oferta.
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