São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Bolsa de SP recua 0,77% na 5ª queda consecutiva

Dólar baixa para R$ 1,885; ações de construtoras caem

DA REPORTAGEM LOCAL

Com as ações do setor imobiliário à frente, a Bolsa de Valores de São Paulo sofreu seu quinto pregão consecutivo de desvalorização. A baixa de ontem não foi muito expressiva -ficou em 0,77%-, mas afastou mais um pouco a Bovespa de seu pico recente.
No acumulado do ano, o ganho acumulado pela Bolsa ainda é bastante expressivo: 47,5%. Apenas como comparação, os fundos de renda fixa, que pagam juros e são a maior categoria do mercado, devem render cerca de 10% em todo 2009. Todavia, apesar da grande vantagem do mercado de ações neste momento, não há garantias de que a Bolsa não vá derreter, engolindo os ganhos acumulados até então.
Mantendo a tônica dos últimos dias, o mercado de ações mostrou fraqueza ontem nos principais centros financeiros. Em Nova York, o principal índice de ações, o Dow Jones, sofreu recuo de 0,32%. Em Londres, a queda ficou em 0,04%. A Bolsa de Tóquio recuou 2,37%.
Como sempre, os investidores estiveram atentos a dados econômicos apresentados nos Estados Unidos. E os números conhecidos não foram muito empolgantes. O fechamento de mais 298 mil postos de trabalho no setor privado em agosto -resultado pior que as 250 mil vagas previstas pelos analistas- desagradou.
Outro indicador fraco foi o do aumento dos pedidos à indústria americana em julho. Para uma previsão de alta de 2,2%, veio uma expansão de 1,3%.
Sinais mais sólidos de recuperação da economia norte-americana são esperados com ansiedade. Nos últimos meses, as Bolsas de Valores têm subido na tentativa de antecipar a esperada melhora da economia. Assim, a cada número decepcionante o mercado de ações tem recuado um pouco mais.
Segundo operadores do mercado, os investidores estrangeiros mais venderam que compraram ações brasileiras ontem. Em agosto, o movimento foi inverso: o saldo dos negócios feitos pela categoria ficou positivo em cerca de R$ 1,65 bilhão. A cifra foi um pouco menor do que a registrada em julho, quando o saldo ficou positivo em R$ 2,21 bilhões.

Construção civil
Sem novidades internas para mexer com o mercado doméstico, a Bovespa operou em baixa durante quase todo o pregão. A reunião do Copom, que foi o evento mais relevante de ontem, não trouxe novidades. A taxa básica de juros foi mantida em 8,75% anuais, como esperava a maioria dos analistas.
"A decisão do Copom ficou em linha com o esperado. Tanto que o mercado nem deu muita atenção. É curioso notarmos que até mesmo o setor de construção civil, um dos mais beneficiados com a manutenção dos juros em níveis baixos, teve um dia bastante negativo na Bolsa", afirma William Alves, analista da XP Investimentos.
A maior depreciação do pregão, dentre as ações do índice Ibovespa (que reúne os 64 papéis mais negociados), ficou com Rossi Residencial, que perdeu 5,40% de seu valor. Na sequência vieram Gafisa ON, com baixa de 5,31%, e Cyrela Realt ON, com recuo de 4,93%.
No setor imobiliário, foi anunciada ontem a união de Agra, Abyara e Klabin Segall. Quem reagiu melhor à notícia foi a ação da Klabin Segall, que saltou 6,58%. O papel ON da Abyara recuou 2,11%, e a Agra ON perdeu 11,11%.
No mercado de câmbio, o real conseguiu ensaiar uma recuperação. Após superar a barreira de R$ 1,90 no dia anterior, o dólar sofreu baixa de 1,05% ontem diante do real. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 1,885. (FABRICIO VIEIRA)


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