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Bolsa de SP recua 0,77% na 5ª queda consecutiva
Dólar baixa para R$ 1,885;
ações de construtoras caem
DA REPORTAGEM LOCAL
Com as ações do setor imobiliário à frente, a Bolsa de Valores de São Paulo sofreu seu
quinto pregão consecutivo de
desvalorização. A baixa de ontem não foi muito expressiva
-ficou em 0,77%-, mas afastou mais um pouco a Bovespa
de seu pico recente.
No acumulado do ano, o ganho acumulado pela Bolsa ainda é bastante expressivo:
47,5%. Apenas como comparação, os fundos de renda fixa,
que pagam juros e são a maior
categoria do mercado, devem
render cerca de 10% em todo
2009. Todavia, apesar da grande vantagem do mercado de
ações neste momento, não há
garantias de que a Bolsa não vá
derreter, engolindo os ganhos
acumulados até então.
Mantendo a tônica dos últimos dias, o mercado de ações
mostrou fraqueza ontem nos
principais centros financeiros.
Em Nova York, o principal índice de ações, o Dow Jones, sofreu recuo de 0,32%. Em Londres, a queda ficou em 0,04%. A
Bolsa de Tóquio recuou 2,37%.
Como sempre, os investidores estiveram atentos a dados
econômicos apresentados nos
Estados Unidos. E os números
conhecidos não foram muito
empolgantes. O fechamento de
mais 298 mil postos de trabalho no setor privado em agosto
-resultado pior que as 250 mil
vagas previstas pelos analistas- desagradou.
Outro indicador fraco foi o do
aumento dos pedidos à indústria americana em julho. Para
uma previsão de alta de 2,2%,
veio uma expansão de 1,3%.
Sinais mais sólidos de recuperação da economia norte-americana são esperados com
ansiedade. Nos últimos meses,
as Bolsas de Valores têm subido
na tentativa de antecipar a esperada melhora da economia.
Assim, a cada número decepcionante o mercado de ações
tem recuado um pouco mais.
Segundo operadores do mercado, os investidores estrangeiros mais venderam que compraram ações brasileiras ontem. Em agosto, o movimento
foi inverso: o saldo dos negócios feitos pela categoria ficou
positivo em cerca de R$ 1,65 bilhão. A cifra foi um pouco menor do que a registrada em julho, quando o saldo ficou positivo em R$ 2,21 bilhões.
Construção civil
Sem novidades internas para
mexer com o mercado doméstico, a Bovespa operou em baixa durante quase todo o pregão.
A reunião do Copom, que foi o
evento mais relevante de ontem, não trouxe novidades. A
taxa básica de juros foi mantida
em 8,75% anuais, como esperava a maioria dos analistas.
"A decisão do Copom ficou
em linha com o esperado. Tanto que o mercado nem deu muita atenção. É curioso notarmos
que até mesmo o setor de construção civil, um dos mais beneficiados com a manutenção dos
juros em níveis baixos, teve um
dia bastante negativo na Bolsa", afirma William Alves, analista da XP Investimentos.
A maior depreciação do pregão, dentre as ações do índice
Ibovespa (que reúne os 64 papéis mais negociados), ficou
com Rossi Residencial, que
perdeu 5,40% de seu valor. Na
sequência vieram Gafisa ON,
com baixa de 5,31%, e Cyrela
Realt ON, com recuo de 4,93%.
No setor imobiliário, foi
anunciada ontem a união de
Agra, Abyara e Klabin Segall.
Quem reagiu melhor à notícia
foi a ação da Klabin Segall, que
saltou 6,58%. O papel ON da
Abyara recuou 2,11%, e a Agra
ON perdeu 11,11%.
No mercado de câmbio, o real
conseguiu ensaiar uma recuperação. Após superar a barreira
de R$ 1,90 no dia anterior, o dólar sofreu baixa de 1,05% ontem
diante do real. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 1,885.
(FABRICIO VIEIRA)
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