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Bolsa mantém alta embalada pelo 2º turno
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A definição de que haverá segundo turno para a eleição presidencial fez com que o mercado financeiro desse continuidade ao ritmo positivo da semana passada: a Bovespa alcançou alta de 1,67%; o dólar
recuou 0,55%, a R$ 2,159.
Na avaliação de analistas do
mercado financeiro, a ascensão
do candidato Geraldo Alckmin
(PSDB) foi encarada positivamente. Alckmin teria maior facilidade para aprovar reformas
no Congresso, se for eleito, devido às cadeiras conquistadas
pela coligação que o apoia, tendo à frente o PSDB e o PFL.
Foi exatamente a preocupação com a governabilidade, a
partir de 2007, que passou a incomodar de forma mais persistente o mercado, especialmente após a eclosão do escândalo
do dossiê encomendado contra
os tucanos -que afetou ainda
mais a imagem do governo.
"O mercado viu com bons
olhos o segundo turno nas eleições majoritárias, com forte alta na Bovespa e queda nos futuros de juros e câmbio", afirma
Jason Freitas Vieira, economista-chefe da Uptrend Consultoria Econômica.
Na semana passada, a Bolsa
já havia conseguido importante
valorização de 4,74%.
No melhor momento do pregão de ontem, o Ibovespa registrou alta de 2,38%. Mas o fraco
desempenho do mercado acionário norte-americano tirou
um pouco de fôlego da Bolsa
paulista.
A Bolsa eletrônica Nasdaq
terminou com queda de 0,92%;
o índice Dow Jones caiu 0,07%.
"Mas a semana ainda reserva
um grande número de dados
macroeconômicos aqui e nos
EUA, além das pesquisas de intenção de voto para o segundo
turno e o desenrolar das denúncias do "dossiê gate", os
quais deixam o cenário não tão
azul como o de hoje [ontem]",
completa Vieira.
O risco-país brasileiro caiu
0,86%, a 231 pontos.
Para a Bovespa, a recuperação de capital externo nos últimos dias de setembro é uma
notícia importante. No dia 28,
último dado disponível, o saldo
dos estrangeiros estava positivo em R$ 107,63 milhões. Entre
maio e agosto, a Bolsa sofreu
com a saída de capital externo.
Taxas menores
Os juros futuros terminaram
em baixa na BM&F. A drástica
redução feita pelo mercado em
sua projeção para o IPCA neste
ano foi fundamental para derrubar as taxas de juros ontem.
Como o IPCA é o indicador
utilizado pelo governo para
monitorar a sua meta de inflação, quanto menor o indicador
de preços maiores são as probabilidades de os juros básicos serem cortados.
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence daqui
a um ano a taxa caiu de 13,57%
para 13,46%. Para o contrato
com resgate daqui a dois anos, a
taxa foi de 13,81% para 13,64%
ontem na BM&F.
Segundo a pesquisa semanal
que o Banco Central realiza
com as instituições financeiras,
a projeção para o IPCA em
2006 recuou para 2,98%. No levantamento apresentado há
um mês, o mercado previa que
o IPCA ficaria em 3,63% no
acumulado do ano.
"O segundo turno acabou
sendo bem recebido pelo mercado financeiro, com a conscientização de que o risco, na
realidade, é positivo. Ou ganha
Lula, que era a hipótese já precificada, ou ganha Alckmin, que
terá mais condições de aplicar
um choque de gestão", afirma o
economista Marcelo Voss, da
corretora Liquidez.
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