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Commodities seguirão em alta, diz Fundo
Trajetória ascendente se deve ao crescimento das economias emergentes e à falta de maior capacidade de oferta dos produtos
Com melhora nas condições
de vida da população, Brasil,
China e Índia usarão mais
manufaturas e alimentos,
prevê relatório do Fundo
DO ENVIADO A NOVA YORK
Mesmo cogitando uma recessão nos Estados Unidos,
com impactos sobre toda a economia global, o FMI (Fundo
Monetário Internacional) prevê que os preços das commodities agrícolas e minerais não
devem cair no médio prazo. Ao
contrário.
Segundo o Fundo, os preços
devem continuar sua trajetória
de alta por dois motivos principais: crescimento das economias emergentes acima da média mundial e falta de maior capacidade de oferta desses produtos nos próximos anos.
Em relatório divulgado ontem, o Fundo prevê a manutenção, em economias como China, Índia e Brasil, de melhora
nas condições de vida da população. Isso precisará ser atendido com mais produtos manufaturados e mais alimentos.
O outro lado da moeda é que
as commodities no atual patamar e com tendência de elevação vão continuar pressionado
os índices de inflação nos países emergentes. Nas economias
mais maduras, o peso do custo
da alimentação, principalmente, é bem menor do que nas em
desenvolvimento.
Para o Brasil, que é grande
produtor de alimentos e exportador de commodities, as previsões do Fundo são uma boa notícia, apesar do impacto relativo que os preços desses produtos podem ter sobre a inflação.
O impacto dos preços dos alimentos, no entanto, é muito
maior entre os países com renda mais baixa, especialmente
os africanos e alguns asiáticos.
O FMI destaca ainda que os
alimentos continuarão pressionados pela busca, nos biocombustíveis, de alternativas ao petróleo.
"Apesar de algum retrocesso
nas últimas semanas, os preços
das commodities devem continuar em patamares elevados
em relação aos níveis históricos. Por isso, os riscos inflacionários persistem, especialmente pelo fato de muitos desses
preços (das commodities) ainda não terem sido inteiramente
repassados às cadeias produtivas", diz o relatório do Fundo.
Petróleo e metais
O FMI afirma que os níveis
de produção e investimento de
empresas nas áreas de petróleo
e de commodities metálicas
não têm sido compatíveis com
o aumento da demanda, especialmente nos grandes emergentes, apesar da expectativa
de desaquecimento da economia mundial.
Para o FMI, a maturação de
investimentos nessas áreas demanda tempo para que a produção adicional chegue ao mercado. "Além disso, os estoques
desses produtos e a capacidade
ociosa dos grandes produtores
estão em níveis considerados
baixos em relação ao tamanho
da demanda atual."
(FCZ)
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