São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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CRISE NO AR

Empresa avisa passageiros antes e fala em "problemas operacionais"

Vasp cancela 4 vôos em Salvador

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Quatro vôos da Vasp foram cancelados na manhã de ontem em Salvador, mas não houve registro de nenhum tumulto no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães -quase todos os passageiros foram avisados com antecedência. Em nota, a empresa justificou o cancelamento alegando "problemas operacionais", sem relatar, contudo, a origem da decisão.
Os vôos de número 4195 (que vinha de Maceió/Aracaju) e 4253 (Natal/Recife) deveriam aterrissar na capital baiana às 6h45. O vôo das 7h10 com destino a Rio de Janeiro/São Paulo/Porto Alegre e o vôo das 7h15 com saída para Brasília/Belo Horizonte/Vitória também foram cancelados.
Os passageiros foram transferidos para outras companhias aéreas. De acordo com informações do relações públicas da empresa, Fernando Coelho, apenas dois passageiros não foram avisados sobre o cancelamento dos vôos.
Segundo a Vasp, o passageiro que se sentir prejudicado poderá prestar queixa no DAC (Departamento de Aviação Civil) ou pedir providências ao gerente da empresa na Bahia.
No início da tarde, a companhia informou que o problema foi contornado e que todos os vôos (saindo ou chegando à capital baiana) estavam confirmados. Há pouco mais de um mês, por causa de uma greve de funcionários, pelo menos oito vôos da Vasp foram cancelados em Salvador.
No final da manhã, a médica paulista Daise Ferreira, 41, disse que não quer "saber mais" de comprar bilhetes da Vasp. "A gente compra, mas não sabe se vai voar. Para quem trabalha ou tem outro compromisso, não dá para viver na incerteza. Não sei como o governo ainda deixa a Vasp voar, enganando clientes."
A crise da empresa começou a ganhar maiores proporções em setembro. No dia 21, por causa de atraso no pagamento dos salários, os funcionários da Vasp entraram em greve, atrasando 27 vôos. Dois dias depois, o DAC tirou de operação seis aeronaves da empresa por excesso de uso.
No dia 28, a Vasp pagou os salários, e os funcionários voltaram ao trabalho. Mas, apesar do fim da paralisação, vôos da empresa atrasaram novamente devido a problemas para abastecer os aviões e redução de frota.
No início do mês passado, a Vasp entregou ao governo seu plano de recuperação. O governo decidiu prorrogar por mais seis meses a concessão provisória que permite à empresa operar. Em troca, a Vasp reverteu demissões, abriu um programa de demissão voluntária e recorreu contra o pedido de falência pela GE (General Electric), que faz a manutenção de aviões da empresa.


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