São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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MERCADO

Petróleo sofre queda e colabora para o dia calmo; Bolsas de Valores oscilam pouco em dia de eleição nos Estados Unidos

Investidor não quer indefinição de 2000

Mandel Ngan/France Presse
Homem passa em frente à estátua próxima à entrada da Bolsa de Nova York; americanos escolheram ontem quem governará o país


DA REDAÇÃO

No dia em que os americanos foram às urnas para escolher seu novo presidente, as Bolsas de Valores encerraram os pregões com pequenas oscilações nos principais mercados.
A baixa no preço do barril de petróleo no exterior colaborou para a relativa calmaria do mercado internacional. Em Nova York, o petróleo recuou 1,02%, e em Londres a baixa do barril do produto ficou em 0,45%.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, fechou com pequena baixa de 0,18%. A Nasdaq -Bolsa eletrônica das ações de empresas de alta tecnologia- registrou valorização de 0,25%.
Os analistas financeiros parecem concordar em pelo menos um ponto: a existência de um ganhador incontestável nessas eleições -independente de ser George W. Bush ou John Kerry- terá efeito positivo sobre o mercado.

Riscos
Mas se a eleição entrar em uma disputa judicial, como ocorreu em 2000, as Bolsas podem desabar nos principais mercados.
"O pior que pode acontecer? Nenhum dos dois ganhar", disse Richard Batley, economista da Schroders, resumindo a opinião do mercado.
As principais Bolsas européias encerraram o dia em alta, apesar do volume de negócios ter sido menor que o normal, com os investidores atentos ao andamento das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
A menor pressão sobre os preços do petróleo ajudou a aliviar as preocupações sobre o desempenho futuro de empresas que consomem muito combustível, como as companhias aéreas.
Somente no pregão realizado ontem, as ações da Air France-KLM e da Iberia subiram 1,4% e 3,7%, respectivamente.
Em Londres, o índice Financial Times subiu 0,42%. A Bolsa de Frankfurt teve ganho de 0,62%. Em Paris, o índice CAC-40 se valorizou 0,85%.
No Japão, o índice Nikkei fechou com alta de 1,43%.
Em 2000, com o imbróglio das eleições presidenciais americanas, a Nasdaq perdeu 24% entre 7 de novembro -data da eleição- e o dia 30 do mesmo mês. Na época, os títulos com prazo de dez anos do Tesouro dos EUA caíram 54 pontos em cinco semanas, até sair decisão da Suprema Corte.
Uma vitória do democrata John Kerry poderia ajudar a diminuir a pressão sobre o petróleo, avaliam analistas.
Entre os dois candidatos, há divergências em relação ao uso das reservas de petróleo norte-americanas. Kerry já disse mais de uma vez que Bush deveria utilizar as reservas do país para tentar conter a alta do petróleo.

Reflexos negativos
Teme-se que a elevação dos preços do petróleo se reflita na inflação do país e traga prejuízos para a economia americana.
Bush, atual presidente e candidato republicano à reeleição, decidiu que as reservas estratégicas de petróleo do país fossem mantidas nos níveis máximos, mesmo que ao custo da alta do preço da commodity, após os atentados de 11 de Setembro. Mas, no mês passado, Bush permitiu a utilização de barris das reservas para suprir as refinarias no golfo do México.

Com agências internacionais


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