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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Energia ociosa deve ser vendida, diz Anace
As empresas que compraram
energia de comercializadores
ou geradores no mercado livre
estão diante de um problema
que pode se agravar com a crise.
A queda da atividade econômica deve provocar sobras de parte considerável dessa energia já
contratada.
Essas empresas encaminharam pedido à Aneel e ao Ministério das Minas e Energia de
autorização para a comercialização dessa sobra de energia. A
legislação brasileira não permite a venda de energia ociosa.
Segundo Paulo Mayon, presidente da Anace (Associação
Nacional dos Consumidores de
Energia), que encaminhou os
pedidos ao governo, a crise financeira global tem obrigado
as empresas a serem mais conservadoras em seus planos para
2009. Muitas inclusive já dispararam seus planos de reestruturação.
"O setor produtivo, onde está
o consumidor livre, é o primeiro a sentir a crise: desliga fornos, concede férias coletivas,
reduz produção, corta tudo."
A alternativa de comercialização do excedente contratual
seria uma oportunidade, na
opinião de Mayon, de as empresas obterem algum ganho
com esse negócio. Para isso, no
entanto, há a necessidade de o
governo regulamentar a venda
das sobras de energia.
"Todos serão afetados. Uns
mais, outros menos. Os que
continuam com investimentos
poderiam comprar a energia
que sobra daqueles que tiveram
a produção mais prejudicada."
Segundo o presidente da
Anace, a Aneel já aprovou e encaminhou ao Ministério de Minas e Energia a solicitação de
regulamentação desse mercado. Só falta a assinatura do ministro Edison Lobão.
O Ministério de Minas e
Energia afirma que já recebeu o
pedido, mas informa que ainda
não há data prevista para a
aprovação do decreto.
Decisão do STF sobre planos ganha relevância
O julgamento no STF
das ações de correntistas
contra bancos para tentar
reverter perdas com os
Planos Bresser e Verão é
mais um fator de risco
nesta crise. A avaliação é
do presidente do Bradesco, Márcio Cypriano.
Para ele, as ações são injustas, pois considera que
os planos foram editados
em prol de todos. Cypriano diz que os bancos não
ficaram com qualquer valor, pois o índice de reajuste aplicado à poupança
também foi usado em empréstimos imobiliários.
"É inacreditável que isso
esteja acontecendo. É como se daqui a 20 anos surgisse alguém achando que
teve prejuízo pelas atuais
decisões do governo contra a crise internacional, e
entrasse na Justiça para
tentar tirar proveito."
GATILHO
A Nossa Caixa transferiu
R$ 168 milhões ao FGC
(Fundo Garantidor de Crédito). O valor será descontado do montante do compulsório sobre depósitos à vista
recolhido pelo banco, de
acordo com a nova norma do
BC para ampliar a liquidez
do mercado financeiro.
PANO DE FUNDO
As vendas do segmento de
cama, mesa e banho caíram
2% em outubro, ante setembro, segundo o Sindicato do
Comércio Atacadista de Tecidos de SP. Segundo Arinos
de Almeida, presidente da
entidade, isso ainda não é
conseqüência da crise, mas
serve de alerta. "O setor deve
sentir queda mais forte dos
negócios após janeiro."
JURÍDICO
Os ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso, do STF,
participam do Encontro
Faap-Juris, dia 7, no lançamento dos cursos jurídicos
de pós-graduação e extensão
oferecidos pela Faap.
SAÚDE BARATA
Os planos de saúde têm
custo-benefício ruim se
comparados a outros setores, segundo estudo da
CVA Solutions, empresa
de pesquisa de mercado e
consultoria. A pesquisa
abordou 4.000 usuários
de 33 planos. Na opinião
dos clientes, a nota atribuída aos planos de saúde
é 6,69 -inferior à da indústria de eletrodomésticos (9,28) e de hotéis
(8,03). Entre os usuários,
53% têm plano de saúde
pela empresa onde trabalham. Cerca de 70% têm
de 30 a 54 anos e 50% ganham de R$ 2.000 a R$
6.500. Mais de 60% estão
dispostos a aderir a programas de prevenção, como antitabagismo, se fossem oferecidos pelos planos de saúde, desde que
houvesse redução de
mensalidades. Neste caso,
mais de 70% aceitariam
iniciar tratamentos sempre pelo clínico geral e
deixariam que o plano de
saúde tivesse acesso a
seus exames.
NA LINHA
A Microcity, empresa de
terceirização de infra-estrutura de TI, que compra
ativos e financia o cliente,
vai ampliar suas operações
de financiamento. Segundo
Luis Carlos Nacif, diretor-geral, a saída para manter o
patamar de negócios na crise foi aumentar as linhas de
financiamento que oferece.
"Não somos banco, mas fazemos operações financeiras para viabilizar a contratação de equipamento, e como os bancos estão dificultando o crédito, resolvemos
ampliar as linhas a outras
empresas que ainda não são
nossas clientes", afirma.
Nacif diz que tem sido procurado por empresas que
tiveram linhas de crédito
canceladas ou suspensas
por bancos.
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