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BALANÇA AZUL
Saldo entre vendas e compras com o exterior continua positivo; de janeiro a novembro, chega a US$ 11,32 bi
Superávit comercial faz "Natal brasileiro"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda das importações diminuirá neste Natal a presença de
produtos importados nas prateleiras das lojas. "O Natal desta vez
é brasileiro", afirmou a secretária
de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Lytha
Spíndola. Ajudado pela queda nas
compras externas, o superávit comercial de janeiro a novembro ficou em US$ 11,320 bilhões.
A previsão do Banco Central é
que o superávit comercial chegue
a US$ 12,5 bilhões até o final de
dezembro. No começo do ano, a
estimativa do governo era um superávit de US$ 5 bilhões.
Novembro foi mais um mês de
recordes para o comércio exterior. Pela primeira vez, num mês
de novembro, as exportações superaram a marca dos US$ 5 bilhões. Encerram o mês em US$
5,127 bilhões -3,9% maior que o
de novembro de 2001.
As importações de novembro,
por sua vez, ficaram em US$ 3,863
bilhões, uma queda de 8,3% com
relação ao mesmo período do ano
passado.
Embora as exportações tenham
voltado a crescer desde julho, a
queda das importações ainda é a
principal explicação para o saldo
comercial deste ano. Nos primeiros 11 meses do ano, o país importou US$ 43,799 bilhões, 15,9% a
menos que em 2001. As exportações só cresceram 2,3% no acumulado do ano.
As maiores quedas relativas de
importações, no ano, são de bens
de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e de bens
de capital (máquinas para a indústria). Em valores absolutos, as
compras de matérias-primas e insumos foram as que mais caíram.
Mesmo em novembro, um mês
no qual normalmente ocorre aumento nas importações de bens
de consumo (duráveis e não-duráveis), as compras no exterior tiveram queda de 6,9% com relação
ao mesmo período do ano passado. Em 2001, já havia ocorrido
uma forte retração, nos últimos
meses do ano, nas compras de
bens de consumo.
Segundo ela, a desvalorização
cambial teve um impacto importante no resultado da balança.
Spíndola, no entanto, afirma que
houve "a maturação de investimentos, que possibilitaram maiores exportações e uma substituição de importações".
Para ela, o consumidor vai poder encontrar neste Natal "uma
oferta interna [produtos nacionais] com qualidade e preços
competitivos".
Falta de produtos
Mas o resultado da balança comercial de novembro não traz
apenas notícias positivas. A atratividade das exportações faz com
que em alguns setores falte produtos para suprir a demanda interna. Segundo Spíndola, os consumidores de produtos siderúrgicos estão começando a se queixar
da falta de produto e do aumento
de preços.
A secretária anunciou ontem
que o Brasil vai facilitar a importação de alguns tipos de produtos
siderúrgicos que, desde março,
estavam sendo monitorados.
O monitoramento foi adotado
como resposta às medidas protecionistas adotadas pelos EUA em
março que gerou medidas semelhantes na União Européia.
A importação de algodão também será facilitada. A liberação da
guia de importação não precisará
mais de uma fiscalização prévia.
Segundo Spíndola, as medidas, ao
simplificar as importações, facilitam o abastecimento e poderão
ter impacto nos preços internos
dos produtos.
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