São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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BALANÇA AZUL

Saldo entre vendas e compras com o exterior continua positivo; de janeiro a novembro, chega a US$ 11,32 bi

Superávit comercial faz "Natal brasileiro"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda das importações diminuirá neste Natal a presença de produtos importados nas prateleiras das lojas. "O Natal desta vez é brasileiro", afirmou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Lytha Spíndola. Ajudado pela queda nas compras externas, o superávit comercial de janeiro a novembro ficou em US$ 11,320 bilhões.
A previsão do Banco Central é que o superávit comercial chegue a US$ 12,5 bilhões até o final de dezembro. No começo do ano, a estimativa do governo era um superávit de US$ 5 bilhões.
Novembro foi mais um mês de recordes para o comércio exterior. Pela primeira vez, num mês de novembro, as exportações superaram a marca dos US$ 5 bilhões. Encerram o mês em US$ 5,127 bilhões -3,9% maior que o de novembro de 2001.
As importações de novembro, por sua vez, ficaram em US$ 3,863 bilhões, uma queda de 8,3% com relação ao mesmo período do ano passado.
Embora as exportações tenham voltado a crescer desde julho, a queda das importações ainda é a principal explicação para o saldo comercial deste ano. Nos primeiros 11 meses do ano, o país importou US$ 43,799 bilhões, 15,9% a menos que em 2001. As exportações só cresceram 2,3% no acumulado do ano.
As maiores quedas relativas de importações, no ano, são de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e de bens de capital (máquinas para a indústria). Em valores absolutos, as compras de matérias-primas e insumos foram as que mais caíram.
Mesmo em novembro, um mês no qual normalmente ocorre aumento nas importações de bens de consumo (duráveis e não-duráveis), as compras no exterior tiveram queda de 6,9% com relação ao mesmo período do ano passado. Em 2001, já havia ocorrido uma forte retração, nos últimos meses do ano, nas compras de bens de consumo.
Segundo ela, a desvalorização cambial teve um impacto importante no resultado da balança. Spíndola, no entanto, afirma que houve "a maturação de investimentos, que possibilitaram maiores exportações e uma substituição de importações".
Para ela, o consumidor vai poder encontrar neste Natal "uma oferta interna [produtos nacionais] com qualidade e preços competitivos".

Falta de produtos
Mas o resultado da balança comercial de novembro não traz apenas notícias positivas. A atratividade das exportações faz com que em alguns setores falte produtos para suprir a demanda interna. Segundo Spíndola, os consumidores de produtos siderúrgicos estão começando a se queixar da falta de produto e do aumento de preços.
A secretária anunciou ontem que o Brasil vai facilitar a importação de alguns tipos de produtos siderúrgicos que, desde março, estavam sendo monitorados.
O monitoramento foi adotado como resposta às medidas protecionistas adotadas pelos EUA em março que gerou medidas semelhantes na União Européia.
A importação de algodão também será facilitada. A liberação da guia de importação não precisará mais de uma fiscalização prévia. Segundo Spíndola, as medidas, ao simplificar as importações, facilitam o abastecimento e poderão ter impacto nos preços internos dos produtos.


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