São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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ARGENTINA

Ação do BC segura moeda

Dólar permanece estável no 1º dia sem "corralito"

DA REDAÇÃO

Um ano após muitos protestos e disputas judiciais, acabou oficialmente ontem o "corralito" que restringia a livre movimentação das contas bancárias na Argentina. A liberação dos depósitos não provocou uma corrida aos bancos e teve impacto restrito sobre a cotação do dólar.
No mercado de câmbio regulado pelo Banco Central da Argentina, o dólar permaneceu estável, cotado a 3,55 pesos, como na sexta-feira. Nas casas de câmbio, o dólar iniciou o dia em ligeira alta, mas acabou cotado a 3,63 pesos, com queda de 0,8%.
"O que se está liberando hoje são os recursos necessários ao funcionamento econômico", disse o ministro da Economia, Roberto Lavagna, à rádio América.
Em alguns bancos e casas de câmbio do centro de Buenos Aires, pessoas interessadas em comprar dólares formavam filas de até uma quarteirão. Mas o BC interveio, vendendo US$ 72,6 milhões, o que foi suficiente para atender à demanda e evitar uma disparada na cotação da moeda dos EUA.
O "corralito" foi instituído em dezembro do ano passado, pelo então ministro da Economia Domingo Cavallo. A medida tinha a intenção de evitar uma corrida ao sistema bancário, ou seja, um saque em massa, o que destruiria o sistema bancário do país.
Além de não evitar o colapso do peso, o "corralito" desencadeou a ira da população contra o então presidente Fernando de la Rúa, que renunciou ainda naquele mês de dezembro, no dia 20.
Com o fim do "corralito", ficam livres para movimentação cerca de 21 bilhões de pesos depositados em contas correntes ou em cadernetas de poupança. Mas outros 15 bilhões só deverão começar a ser liberados a partir do ano que vem. São aplicações em renda fixa, que continuam bloqueadas.


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