São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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Investimento terá desaceleração, diz BNDES

MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse ontem, no Fórum de Líderes Empresariais, que os investimentos produtivos, que crescem a 18%, segundo ele, devem se desacelerar para um ritmo de 8% a 10% nos próximos meses.
Os investimentos produtivos -que são máquinas e equipamentos e outros itens constituídos para produzir bens e serviços- se expandiram em 16,2% no segundo trimestre deste ano, quando o PIB brasileiro cresceu 6,1%. A alta desses investimentos foi a 18ª consecutiva e recorde na série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
Coutinho negou que o banco de fomento sofrerá grandes abalos com a crise de crédito internacional. Ele também confirmou que o BNDES irá emitir debêntures a serem compradas pelo FI-FGTS (fundo de investimento em infra-estrutura do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em um volume de US$ 7 bilhões. A medida foi aprovada na semana passada pelo Conselho Curador do FGTS.
Na palestra de ontem, o economista disse que o Brasil se encontra muito bem posicionado em relação aos demais integrantes dos Brics (grupo que também conta com Rússia, Índia e China). O presidente do BNDES, no entanto, ressaltou a necessidade de reformas, como as do sistema tributário e previdenciário. "A Previdência precisa ser ajustada às devidas perspectivas de longevidade dos brasileiros." Na sua opinião, o país precisa exercer neste momento a "sensatez".
Para o economista, a boa saúde da economia brasileira depende do bom desempenho do mercado doméstico. "É importante que a criação de empregos persista", afirmou ele.
O presidente do BNDES também afirmou que a "capacidade de investimento da Petrobras está garantida", dizendo que os recentes problemas de captação de crédito da empresa petrolífera seriam algo momentâneo devido à atual crise de liquidez internacional.
Na opinião do economista, a economia brasileira "tem fronteiras relevantes de investimento", citando como exemplo o setor de energia, especificamente o petróleo da camada do pré-sal.


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