São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

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Fluxo financeiro cai ao nível do início do ano

EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A entrada e a saída de dólares do país por meio de operações financeiras caíram em novembro e voltaram aos níveis registrados no início do ano, segundo dados do Banco Central. De acordo com analistas da área de câmbio, esse movimento se deve tanto ao início da tributação nesses negócios, no final de outubro, como a uma redução nos fluxos de investimentos para o mercado financeiro no Brasil.
O movimento de câmbio na área financeira inclui, principalmente, operações de estrangeiros com compra de ações e títulos públicos. Desde o dia 20 de outubro, esses negócios estão sendo tributados com uma alíquota de 2% de IOF. Faltando apenas um dia útil para o final de novembro, o BC registrava compras de US$ 22,9 bilhões, o menor valor dos últimos sete meses.
A taxação também inibiu a saída de dinheiro do país, que está no patamar mais baixo desde fevereiro, com US$ 20,5 bilhões. Embora a venda de ações e títulos não seja tributada, quem tira esse dinheiro do país tem de pagar o imposto caso decida investir novamente no futuro. Reportagem da Folha de ontem mostra que a participação dos estrangeiros na Bolsa de Valores em novembro caiu para o menor patamar em quase cinco anos.
O objetivo do governo com a taxação é reduzir o fluxo de dólares para investimentos de curto prazo no país e, dessa forma, evitar uma depreciação maior da moeda dos EUA.
Nesse caso, o que conta é a diferença entre os dólares que entram e saem. O dado parcial de novembro aponta um saldo positivo de US$ 2,4 bilhões na área financeira, o que significa que houve mais dinheiro entrando do que saindo do país. O BC registrou ainda um saldo de mais US$ 1 bilhão na área comercial (diferença entre exportações e importações).
A maior parte do dinheiro que entrou nesses dois segmentos foi comprada pelo BC, que adquiriu US$ 2,7 bilhões para aumentar as reservas internacionais, que terminaram o mês no valor recorde de US$ 238 bilhões. Apesar da entrada menor de dinheiro, o dólar fechou novembro praticamente estável, com queda de 0,17%.
Segundo o economista Sidnei Nehme, da corretora de câmbio NGO, a atuação do BC no mercado neste ano vem contribuindo para neutralizar os efeitos do fluxo cambial sobre a cotação do dólar. De acordo com ele, a cotação vem sendo mais influenciada pelas negociações realizadas por bancos e investidores estrangeiros no mercado futuro de dólar.


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