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Fluxo financeiro cai ao nível do início do ano
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A entrada e a saída de dólares
do país por meio de operações
financeiras caíram em novembro e voltaram aos níveis registrados no início do ano, segundo dados do Banco Central. De
acordo com analistas da área de
câmbio, esse movimento se deve tanto ao início da tributação
nesses negócios, no final de outubro, como a uma redução nos
fluxos de investimentos para o
mercado financeiro no Brasil.
O movimento de câmbio na
área financeira inclui, principalmente, operações de estrangeiros com compra de ações e
títulos públicos. Desde o dia 20
de outubro, esses negócios estão sendo tributados com uma
alíquota de 2% de IOF. Faltando apenas um dia útil para o final de novembro, o BC registrava compras de US$ 22,9 bilhões, o menor valor dos últimos sete meses.
A taxação também inibiu a
saída de dinheiro do país, que
está no patamar mais baixo
desde fevereiro, com US$ 20,5
bilhões. Embora a venda de
ações e títulos não seja tributada, quem tira esse dinheiro do
país tem de pagar o imposto caso decida investir novamente
no futuro. Reportagem da Folha de ontem mostra que a participação dos estrangeiros na
Bolsa de Valores em novembro
caiu para o menor patamar em
quase cinco anos.
O objetivo do governo com a
taxação é reduzir o fluxo de dólares para investimentos de
curto prazo no país e, dessa forma, evitar uma depreciação
maior da moeda dos EUA.
Nesse caso, o que conta é a diferença entre os dólares que
entram e saem. O dado parcial
de novembro aponta um saldo
positivo de US$ 2,4 bilhões na
área financeira, o que significa
que houve mais dinheiro entrando do que saindo do país. O
BC registrou ainda um saldo de
mais US$ 1 bilhão na área comercial (diferença entre exportações e importações).
A maior parte do dinheiro
que entrou nesses dois segmentos foi comprada pelo BC,
que adquiriu US$ 2,7 bilhões
para aumentar as reservas internacionais, que terminaram
o mês no valor recorde de US$
238 bilhões. Apesar da entrada
menor de dinheiro, o dólar fechou novembro praticamente
estável, com queda de 0,17%.
Segundo o economista Sidnei Nehme, da corretora de
câmbio NGO, a atuação do BC
no mercado neste ano vem contribuindo para neutralizar os
efeitos do fluxo cambial sobre a
cotação do dólar. De acordo
com ele, a cotação vem sendo
mais influenciada pelas negociações realizadas por bancos e
investidores estrangeiros no
mercado futuro de dólar.
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