São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

SE FOSSE...
Se a cana paulista fosse utilizada apenas para a fabricação de açúcar, o produtor estaria recebendo R$ 49 por tonelada da matéria-prima. Os bons preços do açúcar dão sustentação a esse valor.

...MAS NÃO É
Mas o índice Consecana, que define os parâmetros de remuneração no setor, inclui também o álcool que, devido aos preços menos favoráveis no ano, paga o correspondente a R$ 41,80 por tonelada. Com 45,54% da cana indo para o açúcar e 54,46% para o álcool, o preço médio da tonelada fica em R$ 42,20.

EQUILÍBRIO
"É um sistema que, quando tudo vai bem, todos ganham. Quando as coisas não estão boas, todos sofrem juntos", diz Antonio de Padua Rodrigues, da Unica. Os preços estão em recuperação, mas houve perda de produtividade no campo, segundo ele.

OS NÚMEROS
O valor médio acumulado do quilo de ATR (produtividade da cana) é 22% maior neste ano do que em 2008. O rendimento da cana, no entanto, caiu 7,3%. Com isso, o ganho no valor da tonelada de cana (R$ 42,16 neste ano e R$ 37,30 em 2008) se limita a 13%.

DESFAVORÁVEL
Queda nos preços do petróleo e liquidações de contratos dos fundos de investimento empurraram para baixo ontem os preços das commodities em Chicago. A soja caiu 2,4% e o milho, 2%.

FUTURO DIFÍCIL
A boa safra de milho, seguida de uma grande safra de soja, vai trazer sérios problemas de armazenamento para os produtores de Mato Grosso. A expectativa é de comercialização da safra em período menos favorável.

CAMINHÃO NA ESTRADA
A venda concentrada de soja logo após a safra elevará os custos do transporte e reduzirá os preços da oleaginosa. "Deve ser a comercialização mais complicada da história por falta de armazéns", disse à Reuters o sojicultor Olvide Gazola.

PARTICIPAÇÃO
As entidades do agronegócio do interior estão intensificando as reuniões para apresentar propostas que sensibilizem o governo e o Congresso para a necessidade de alterações na legislação ambiental.

CIPOAL LEGAL
O deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), presidente de comissão da Câmara criada para reformar o Código Florestal, diz que a participação do interior é importante: "Os que vivem no campo são os mais afetados e os que mais sofrem com esse emaranhado de leis".


Texto Anterior: Ajuda: BofA diz que vai devolver US$ 45 bi para o governo
Próximo Texto: Justiça: STJ condena Citi a pagar indenização de R$ 439 mi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.