São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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BC norte-americano leva Bolsa de SP a cair 2%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro respondeu negativamente à ata da última reunião do Fed (o banco central dos Estados Unidos), divulgada na tarde de ontem.
A Bolsa de Valores de São Paulo, na última hora de pregão, aprofundou a queda que já sofria. As Bolsas norte-americanas, que operavam em terreno positivo, passaram a recuar.
A Bovespa terminou o pregão de ontem com desvalorização de 2,07%, próxima da mínima do dia (-2,42%). O índice Ibovespa registrou 44.445 pontos.
A ata (leia texto ao lado) mostrou que os dirigentes do Fed estão ainda preocupados com o rumo da inflação americana no curto prazo. Além disso, mostraram-se alertas ao nível de aquecimento econômico.
O índice Dow Jones, principal da Bolsa de Nova York, chegou a bater seu recorde ontem, antes da divulgação da ata. Na máxima do dia, marcou valorização de quase 1%. Mas, como o documento do Fed não foi recebido com a tranqüilidade esperada pelos investidores, acabou por virar seu rumo e passou a cair. Terminou o dia com alta moderada de 0,09%. No pior momento, recuou 0,47%.
A Bolsa eletrônica Nasdaq chegou a subir 1,61%. Mas terminou suas operações com pequena alta de 0,33%, depois de chegar a operar em baixa.
Nas primeiras horas de negociação, o mercado acionário americano subia embalado por dados acima do esperado apresentados pelo setor manufatureiro do país.
Também favorecia o dia a queda nos preços do petróleo (o barril caiu 4,16% em Nova York e fechou a US$ 58,32).
O mercado esperava que o documento do Fed se mostrasse mais otimista, sinalizando que os juros poderiam recuar em breve nos EUA.
Como a Bovespa iniciou 2007 com novo recorde -ao fechar o pregão de terça-feira a 45.382 pontos, com alta de 2,04%-, os investidores aproveitaram a falta de clima favorável para embolsar lucros, desfazendo-se de ações que subiram nos últimos pregões.
As ações da Vale do Rio Doce foram as que mais sofreram com as vendas. A ação ordinária caiu 4,89% (a maior baixa do índice Ibovespa), e a preferencial "A" perdeu 4,15%.
Outra ação de forte peso que sofreu ontem foi a ON da Petrobras, que recuou 3,85%. A ação PN da petrolífera, a mais negociada do pregão, caiu 3,46%.
Enquanto o mercado internacional era mais favorável ontem, o risco-país brasileiro bateu em inéditos 188 pontos. Porém o indicador acabou por chegar ao fim das operações marcando 193 pontos.
O dólar interrompeu a rota de queda, mas se manteve em baixos patamares. Ontem, a moeda norte-americana terminou vendida a R$ 2,14, em alta de 0,38% diante do real.

Estrangeiros
Ontem, a Bovespa divulgou que teve um saldo positivo de R$ 1,75 bilhão em aplicações de estrangeiros no ano passado. A cifra, entretanto, foi a menor desde o déficit de R$ 1,44 bilhão registrado em 2002.
A participação média dos estrangeiros nas ofertas públicas de ações ficou em 67% no ano passado, de acordo com dados da Bolsa.


Colaborou a Reuters

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