PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 3,9% em 2006 na comparação com 2005. A carga gerada pelas usinas ficou em 415,9 mil GWh (gigawatts-hora). É o maior volume da história do país.
O consumo de energia deve superar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), estimado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2,8% no ano passado. Os dados são do ONS (Operador Nacional do Sistema) e refletem aproximação do consumo do país -o órgão só contabiliza a energia despachada pelas usinas, sem considerar perdas que ocorrem no sistema de transmissão, informa a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
À medida que aumenta o consumo de eletricidade, cresce também a preocupação com possível racionamento de energia a partir de 2010. Segundo o ONS, o consumo de energia do país já supera em 15,5% a marca de 2000, ano anterior ao do racionamento. Naquele ano, o apagão causou retração de 8,3% no consumo, que só voltou a níveis pré-crise em 2003.
O ex-presidente da Eletrobrás Aloisio Vasconcelos disse no final de dezembro que, se não forem vencidos os atuais obstáculos ao licenciamento ambiental de hidrelétricas, há risco de desequilíbrio da oferta de energia a partir de 2010. Para ele, o suprimento está garantido até lá em razão do regime de chuvas favorável e da sobra de energia no sistema com crescimento econômico moderado. O executivo citou a usina de Simplício (divisa de RJ e MG), cujo cronograma de obras atrasou por falta de licença para a construção de um túnel.
Vasconcelos deixou a Eletrobrás anteontem. Haverá rodízio entre os diretores para substituí-lo interinamente até a definição de novo nome.


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