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Concorrência aérea vai crescer, diz relatório
Analistas prevêem "guerra tarifária" neste ano com recuperação da Varig e expansão da OceanAir e da BRA
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A agência de classificação de
risco Fitch prevê um cenário de
concorrência mais acirrada no
setor aéreo em 2007. Segundo a
agência, contribuirão para isso
o retorno da Varig e um posicionamento mais agressivo da
OceanAir e da BRA, além da entrega de aviões encomendados
pela TAM (11 aeronaves) e pela
Gol (15 aviões).
O aumento da concorrência
poderá se tornar motivo de
preocupação para as empresas.
"Se tal aumento de competição
trouxer a tentação de uma danosa guerra tarifária, aliada a
menores taxas de ocupação das
aeronaves, o forte perfil creditício das empresas aéreas nacionais fatalmente será impactado", afirma o relatório da Fitch.
Na avaliação de Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em
aviação, o consumidor será o
principal beneficiado pelo acirramento da disputa no ar.
"Com a volta da Varig e a chegada de novos aviões para TAM e
Gol, deve ocorrer em julho uma
guerra tarifária, e os passageiros vão ser afetados positivamente. O duopólio de TAM e
Gol vai sofrer abalo neste ano."
Em razão da crise dos últimos meses, a Fitch espera ligeira queda de rentabilidade das
companhias no quarto trimestre de 2006, mas no acumulado
do ano "as empresas deverão
apresentar os melhores resultados de todos os tempos".
Antes da crise, a expectativa
do setor para 2007 era de crescimento da ordem de 12% a
15%. A agência destaca os efeitos do caos aéreo sobre o comportamento dos passageiros, o
que poderá ter impacto sobre a
taxa de ocupação das aeronaves. As aéreas poderão sofrer
ainda com alta de custos relacionados ao tempo de permanência das aeronaves em solo,
em razão da espera para liberação de decolagem, despesas extras com pessoal e indenizações pedidas na Justiça.
Segundo a agência, o crescimento sustentado do setor só
será possível com investimentos e "medidas profundas de
gestão", que não se limitem a
ações paliativas de curto prazo
para amenizar a crise. Nos últimos três anos, o setor cresceu a
uma taxa média de 18% ao ano.
Para a agência, o gargalo de infra-estrutura contribuiu para a
situação de caos verificada nos
últimos três meses. "A falta de
investimento ficou mais uma
vez em evidência", afirma.
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