São Paulo, quinta-feira, 04 de janeiro de 2007

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Gasto maior adia elevação de "rating" do país, diz Fitch

Agência descarta mudar nota nos próximos 18 meses

DA BLOOMBERG

O Brasil, o maior devedor entre os países em desenvolvimento, provavelmente não receberá um "upgrade" (elevação) em sua classificação de crédito nos próximos 12 a 18 meses, num momento em que os gastos do governo aumentam o nível de endividamento. A análise é da agência de classificação de risco Fitch Ratings.
A dívida total do Brasil como proporção do PIB (Produto Interno) provavelmente se manterá próxima de 72% a 73% durante os próximos anos, à medida que o governo não obtém sucesso em reduzir seus gastos com o pagamento de aposentadorias nem em atrair investimentos, disse, durante entrevista concedida em São Paulo, Rafael Guedes, diretor-executivo da divisão brasileira da Fitch Ratings.
"Não veremos nenhuma mudança estrutural que venha a reduzir a taxa de endividamento do país", disse Guedes. "Não há nenhum indicativo de que haverá um empenho maior na implementação das reformas."
As agências de classificação de risco Fitch, Standard & Poor's e Moody's Investors Service classificam os títulos da dívida do Brasil dois níveis abaixo do recomendável para investimentos ("investment grade"), após terem elevado o "rating" do país pelo menos duas vezes desde 2004. A última vez que a Fitch elevou a classificação do Brasil foi em 28 de junho passado, quando o "rating" passou de "BB-" para "BB", o mesmo nível atribuído à Colômbia e à Costa Rica.
Guedes disse que o Brasil precisa reduzir os gastos do governo em vez de apenas mantê-los sob controle ao garantir um superávit primário (que exclui os pagamentos com juros da dívida) de 4,25% do PIB.
O endividamento total do Brasil, dono da maior economia da América Latina, saltou para o recorde de R$ 1,54 trilhão (US$ 720 bilhões) no final de novembro passado, a partir da cifra de R$ 1,13 trilhão do início de 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder. Como proporção do PIB, a dívida total do país aumentou para 72,5%, a partir dos 71,9% na comparação no mesmo período.


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