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Gasto maior adia elevação de "rating" do país, diz Fitch
Agência descarta mudar nota nos próximos 18 meses
DA BLOOMBERG
O Brasil, o maior devedor entre os países em desenvolvimento, provavelmente não receberá um "upgrade" (elevação) em sua classificação de
crédito nos próximos 12 a 18
meses, num momento em que
os gastos do governo aumentam o nível de endividamento.
A análise é da agência de classificação de risco Fitch Ratings.
A dívida total do Brasil como
proporção do PIB (Produto Interno) provavelmente se manterá próxima de 72% a 73% durante os próximos anos, à medida que o governo não obtém
sucesso em reduzir seus gastos
com o pagamento de aposentadorias nem em atrair investimentos, disse, durante entrevista concedida em São Paulo,
Rafael Guedes, diretor-executivo da divisão brasileira da Fitch
Ratings.
"Não veremos nenhuma mudança estrutural que venha a
reduzir a taxa de endividamento do país", disse Guedes. "Não
há nenhum indicativo de que
haverá um empenho maior na
implementação das reformas."
As agências de classificação
de risco Fitch, Standard &
Poor's e Moody's Investors
Service classificam os títulos da
dívida do Brasil dois níveis
abaixo do recomendável para
investimentos ("investment
grade"), após terem elevado o
"rating" do país pelo menos
duas vezes desde 2004. A última vez que a Fitch elevou a
classificação do Brasil foi em 28
de junho passado, quando o
"rating" passou de "BB-" para
"BB", o mesmo nível atribuído
à Colômbia e à Costa Rica.
Guedes disse que o Brasil
precisa reduzir os gastos do governo em vez de apenas mantê-los sob controle ao garantir um
superávit primário (que exclui
os pagamentos com juros da dívida) de 4,25% do PIB.
O endividamento total do
Brasil, dono da maior economia da América Latina, saltou
para o recorde de R$ 1,54 trilhão (US$ 720 bilhões) no final
de novembro passado, a partir
da cifra de R$ 1,13 trilhão do início de 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assumiu o poder. Como proporção do PIB, a dívida total do
país aumentou para 72,5%, a
partir dos 71,9% na comparação no mesmo período.
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