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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Empresários temem que pacote afete crescimento em 2008
As medidas anunciadas pelo
governo para compensar o fim
da CPMF foram mal recebidas
pelos empresários. O receio é
que o aumento de impostos
acabe afetando o crescimento
do país, já que os tributos atingidos -o IOF e a CSLL- atuam
sobre as operações de crédito
no país.
Um dos destaques do ano
passado foi certamente a expansão do crédito na economia,
em grande parte responsável
pelo fato de o crescimento do
PIB de 2007 superar o de 2006.
A expansão do mercado interno foi, sem dúvida, um dos
principais propulsores do crescimento da economia.
"As medidas do governo vão
na direção errada por terem tributado o crédito exatamente
no momento em que ele estava
em expansão no país", diz Armando Monteiro, presidente
da CNI (Confederação Nacional da Indústria). "Nenhum
país do mundo tributa tanto o
crédito como o Brasil."
Na opinião de Monteiro, um
dos grandes entraves ao crescimento do país é justamente a
cunha fiscal elevada que incide
sobre o crédito.
O aumento do IOF e da CSLL
só piora essa situação e dificulta ainda mais a queda do
"spread" (diferença entre o
custo de captação dos bancos e
a taxa que cobram).
"O governo poderia ter esperado um pouco e sentido a arrecadação neste início de ano para adotar essas medidas", afirma Monteiro.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), Paulo Skaf, também acha que o governo deveria aproveitar este momento
para estimular o crédito, e não
o contrário. Para ele, ao rejeitar
a CPMF, o Senado estava apenas refletindo o sentimento de
rejeição da sociedade ao aumento da carga tributária.
"As prioridades do governo
deveriam ser as reformas, e não
o aumento de impostos", diz
Skaf. "A nossa luta contra a
CPMF foi responsável, porque
sabíamos que, em 2008, haveria excesso de arrecadação suficiente para cobrir a perda desse
tributo".
análise
Recessão nos EUA afetará Brasil, diz LCA
A alta de alimentos no Brasil não deve causar pressões
substanciais de custos na cadeia produtiva, mas apenas
altas de preços moderadas
em algumas atividades específicas do setor de serviços. A
preocupação para 2008 é
uma possível recessão nos
EUA e seus impactos globais,
que têm potencial de impor
riscos mais significativos para a dinâmica da atividade
econômica e da inflação doméstica.
A análise é da consultoria
econômica LCA, que também não avalia a alta do preço do petróleo como um risco para a economia nacional,
mas deve manter a Selic engessada por mais tempo que
o estimado anteriormente.
Outro motivo para o cenário
é uma possível recessão norte-americana.
Segundo a LCA, a eclosão
de uma recessão nos EUA a
curto prazo é a principal
questão para um cenário adverso. A LCA estima que a
economia global deve se desacelerar moderadamente
neste ano, reduzindo as taxas
de expansão da demanda por
commodities.
O comportamento da atividade nacional não deve impor riscos relevantes à dinâmica inflacionária.
TIPO EXPORTAÇÃO
Sandra Utsumi, que foi economista-chefe do BES Investimento até o final do ano passado, desembarcou nesta semana em Lisboa, onde assumiu uma posição executiva. A transferência deverá atender ao aumento da demanda por parte
dos clientes ibéricos para investimentos no Brasil. Utsumi
diz que vai ajudar na identificação e avaliação de novos negócios. De acordo com ela, o país ficou grande demais no radar dos investidores internacionais. "O Brasil vai virar "investment grade", é natural que os investidores tentem se antecipar", afirma.
"O Brasil ficou
grande demais no radar dos investidores
internacionais"
SANDRA UTSUMI
executiva do BES Investimento em Lisboa
Sotheby's tem alta de 46% nas vendas em 2007
Colecionadores norte-americanos, russos e asiáticos aumentaram em 46% as
vendas de obras de arte da
tradicional casa de leilões
Sotheby's. Os principais responsáveis foram os artistas
Francis Bacon e Jeff Koons,
cujos trabalhos registraram
os lances mais altos da casa
no ano passado.
Os leilões de arte da Sotheby's faturaram US$ 5,33
bilhões em 2007 -em 2006,
foram US$ 3,66 bilhões. Os
leilões de obras de arte contemporâneas em novembro
em Nova York mais do que
duplicaram de valor, passando a US$ 418,3 milhões.
Casas de leilão estão elevando seu grau de exposição
à arte contemporânea.
TECNOLOGIA
A multinacional Oracle,
de software empresarial,
acaba de fechar parceria
com a Third It. A idéia é criar
um centro de soluções para
empresas de médio porte da
América Latina e oferecer a
solução Oracle Accelerate,
de aplicativos de gestão empresarial, comumente adotada por companhias de
grande porte.
CONSTRUÇÃO
A Fit Residencial, empresa do mercado imobiliário
que atua no segmento econômico, acaba de chegar em
Goiânia, onde irá lançar neste mês o Fit Maria Inês. A
empresa, que tem cerca de
oito meses, se prepara para,
no início deste ano, chegar a
Ribeirão Preto (SP), onde irá
lançar o empreendimento
Fit Mirante do Sol.
ANTIGUIDADE
Bernardo Stuhlberger
Wjuniski, 22, aluno da Escola de Economia de São Paulo
da FGV, foi um dos cinco escolhidos, entre estudantes
do mundo todo, para receber prêmio da Afit (entidade
acadêmica norte-americana). Wjuniski fez um estudo
sobre a economia da Grécia
Antiga. A entrega será em
abril, nos EUA.
CLIENTELA
A Atento Brasil, companhia de "contact center" do
grupo Telefônica, encerrou
o ano passado com 16 novos
clientes. Entre eles estão nomes de empresas como
HSBC, Procter & Gamble,
GM, TVA Rio e São Paulo,
Martins Atacadista, que passaram a fazer parte de uma
carteira com aproximadamente cem clientes.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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