São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Reserva internacional atinge US$ 180 bi

Governo fecha 2007 com recorde no acúmulo de reserva em moeda estrangeira, com aumento de US$ 94 bi no ano

Mas grande volume de compras de dólares não impediu a valorização da moeda brasileira diante da norte-americana

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As reservas em moeda estrangeira do governo encerraram o ano de 2007 em US$ 180,334 bilhões, maior valor já registrado no país. Trata-se de um aumento de US$ 94,495 bilhões em relação ao final de 2006, quando as reservas já estavam em nível recorde.
O crescimento ocorrido ao longo do ano passado é conseqüência das compras de dólares que o Banco Central tem feito no mercado de câmbio. Essas aquisições somaram cerca de US$ 78,6 bilhões em 2007, outro recorde. Desde que adotou essa política de compras, em janeiro de 2004, o BC já reforçou as reservas internacionais do país em US$ 140 bilhões.
Embora em volume recorde, as reservas brasileiras ainda estão distantes das de países asiáticos exportadores como China (US$ 1,4 trilhão) e Coréia do Sul (US$ 260 bilhões).
O BC compra dólar no mercado para reforçar as reservas internacionais do Brasil, uma espécie de poupança feita pelo governo em moeda estrangeira e que é normalmente usada para os pagamentos da dívida externa. O aumento das reservas ajuda a elevar a confiança do mercado internacional no país, pois é um indicador da capacidade do governo de pagar seus compromissos em dia.
Além disso, as operações do BC no mercado de câmbio também ajudam a conter a valorização do real. Em tese, quanto maior a procura pela moeda dos EUA, maior é a sua cotação. Ao longo de 2007, porém, essas compras não impediram que o dólar encerrasse o ano negociado no nível mais baixo em sete anos.
A atuação do BC no câmbio só tem sido possível por causa do forte fluxo de capital externo observado nos últimos anos, que tem ajudado o país a obter resultados recordes nas suas contas externas. Só no ano passado, estima-se que o fluxo de investimento estrangeiro direto para o Brasil tenha chegado a US$ 35 bilhões, quase o dobro dos US$ 18,8 bilhões apurados em 2006.
Essa grande oferta de dólares fez com que o governo brasileiro passasse a estudar a possibilidade de usar parte dos recursos depositados nas reservas para formar uma espécie de grande fundo de investimento, o chamado fundo soberano.
A idéia é usar parte das reservas em investimentos um pouco mais arriscados, mas que também possam dar mais lucro -atualmente esses recursos são direcionados a aplicações de baixo risco e pequena rentabilidade, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Apesar de tomada a decisão de criar esse fundo, ainda há divergências, dentro do governo, sobre o modelo a ser adotado. Enquanto o BC vê com ressalvas o uso das reservas em aplicações mais arriscadas, para o Ministério da Fazenda esse dinheiro poderia ser usado para impulsionar investimentos em áreas consideradas prioritárias, como a de infra-estrutura.


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