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Nova regra pode atrair setor de cosméticos para Manaus
Portaria reduziu exigência de matéria-prima local
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Uma portaria dos ministérios do Desenvolvimento e da
Ciência e Tecnologia, publicada na véspera do Ano Novo, reduziu a quantidade de matéria-prima da floresta amazônica
exigida na fórmula de cosméticos, perfumes e produtos de higiene feitos pelas indústrias da
Zona Franca de Manaus.
Antes, a quantidade mínima
de matéria-prima da região
-óleos vegetais, essências e extratos- era fixada em 20% do
peso da formula, como determinou o PPB (Processo Produtivo Básico) de 2002. Agora,
conforme a nova portaria, as
indústrias poderão utilizar índices que variam de 2% a
20%.Também estabeleceu percentuais mínimos em valor
desses insumos.
Com o novo PPB, no caso da
fabricação de perfumes, por
exemplo, os fabricantes usarão
apenas 5% dos insumos regionais para fabricar seus produtos com os benefícios fiscais da
Zona Franca de Manaus.
A empresa que se enquadra
no PPB recebe isenção total de
impostos como II (Imposto de
Importação) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Com a alteração no PPB,
Gustavo Igrejas, coordenador-geral de Acompanhamento de
Projetos Industriais da Suframa, autarquia federal que concede os incentivos fiscais, diz
que as indústrias vão usar matéria-prima regional em percentuais compatíveis com as
composições de seus produtos,
o que poderá atrair fabricantes.
"Antes o PPB era inexeqüível, era como dar incentivos para fabricar carros com cinco rodas. Ninguém vai mudar uma
fórmula só para utilizar a margem de insumos que era estipulada", afirmou Igrejas.
Ele disse que empresários do
setor de cosméticos sediados
no Sudeste do país pressionavam contra qualquer mudança
no PPB. Após cinco anos de
queda-de-braço e sem nenhuma grande indústria do setor
instalada em Manaus, empresários da Abihpec (associação
brasileira do setor de cosméticos) e do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas) iniciaram uma negociação
em maio do ano passado. "Em
dezembro, eles assinaram um
acordo, em Brasília, permitindo que o governo federal publicasse a nova portaria do PPB",
afirmou Gustavo Igrejas.
Maurício Loureiro, presidente do Cieam, disse que os
empresários entenderam que a
alteração do PPB dava vantagens para produzir em Manaus.
"As empresas têm a oportunidade efetiva de se instalarem
na Zona Franca de Manaus."
A reportagem não localizou
representantes da Abihpec para falar sobre a nova regra.
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