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Termelétricas produzem perto do limite
Há poucas opções para gerar energia se reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste chegarem a patamar de risco neste mês
Previsão de mais chuvas
faz com que Operador do
Sistema Elétrico descarte
racionamento neste ano e
avalie 2009 no mês de abril
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As chuvas fracas podem levar
os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste
a níveis de risco neste final de
mês. Em tese, quando isso
acontece, as termelétricas são
acionadas para poupar água.
Como as usinas termelétricas já estão gerando praticamente toda a energia que conseguem produzir, caso o nível de risco seja de fato atingido,
haverá poucas medidas de ordem prática a adotar. Apesar da
situação, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico)
avalia que não há risco de falta
de energia para este ano. Estimativas sobre 2009 serão feitas
quando acabar o período de
chuvas, no final de abril.
"Está melhorando. Há expectativa de chuvas no Sudeste para domingo e segunda-feira.
Essas chuvas devem chegar ao
Nordeste entre quarta e quinta-feira. Em termos de previsão, estou otimista", disse Hermes Chipp, presidente do ONS.
Segundo ele, não haverá racionamento "de jeito nenhum" em
2008. "As avaliações para 2009
só fazem sentido depois que
termina o período de chuvas."
Para que haja segurança no
fornecimento de energia em
2009, é preciso que os reservatórios das regiões Sudeste e
Centro-Oeste encham até pelo
menos 68% de sua capacidade
até o final de abril. Na medição
de quarta-feira, esse nível estava em 45,8%.
"Isso é factível", afirma
Chipp. Para atingir o objetivo,
no entanto, é necessário que
chova no mínimo 80% da média histórica. O nível de chuvas
atual é de 52% da média.
O nível considerado de risco
é determinado por um mecanismo chamado "curva de aversão ao risco", que define percentual mínimo de água nos reservatórios das hidrelétricas ao
longo do ano.
Em dezembro do ano passado, a Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica) abrandou
os níveis de risco.
Naquela ocasião, ficou decidido que, em vez de ter que ficar com pelo menos 61% de sua
capacidade para esta época do
ano, os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e
Centro-Oeste poderiam esvaziar até 36% de sua capacidade.
O objetivo da medida era evitar o acionamento das termelétricas a gás, uma vez que não há
combustível suficiente para todos os usuários ao mesmo tempo (termelétricas, indústrias,
automóveis e outros).
Desde então, outros critérios
do sistema elétrico fizeram
com que quase todas as termelétricas disponíveis entrassem
em funcionamento.
Essas usinas começaram a
gerar por motivos econômicos,
porque o custo da água armazenada nas hidrelétricas (CMO
-Custo Marginal de Operação)
subiu para níveis recordes para
essa época do ano: cerca de R$
250 MW/ hora.
Pelas regras do setor elétrico,
todas as termelétricas com custo de geração igual ou inferior
ao CMO têm de gerar energia.
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