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Bolívia diz que não cumprirá acordo de gás com o Brasil
Envio de gás para São Paulo e Cuiabá está ameaçado
DA REDAÇÃO
O ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas,
afirmou ontem que o país andino não poderá atender integralmente os contratos de fornecimento de gás para o Brasil
e a Argentina neste ano. Segundo ele, no caso brasileiro, não
serão enviadas as quantidades
negociadas com a Comgás (que
atua em São Paulo) e para a termelétrica de Cuiabá (MT).
De acordo com o ministro
boliviano, o não cumprimento
dos acordos com Comgás e
Cuiabá foi acertado na visita do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva a La Paz, no mês passado.
Villegas disse ainda que está assegurado o cumprimento do
principal contrato de fornecimento de gás natural da Bolívia
para o Brasil, de cerca de 30 milhões de metros cúbicos.
Na ocasião do encontro de
Lula com o colega Evo Morales,
ficou acertado que a Petrobras
iria retomar seus investimentos na Bolívia. O montante pode chegar a US$ 1 bilhão, dos
quais US$ 300 milhões estão
garantidos.
A declaração de Villegas
aconteceu durante anúncio em
que o governo boliviano disse
que quase US$ 1 bilhão será investido neste ano na exploração de gás pela YPFB (a estatal
do setor) e 12 empresas estrangeiras, entre elas a Petrobras.
Na agência estatal de notícias
ABI, porém, o presidente Morales aparece dizendo que os
investimentos serão suficientes para atender a demanda interna e as de Brasil e Argentina.
O governo de Mato Grosso
diz que ainda tem esperanças
de negociar o fornecimento de
uma quantidade mínima de gás
boliviano para a usina termelétrica de Cuiabá, que está parada
há mais de 90 dias e não recebe
remessas constantes de gás há
quase quatro meses.
A BG Group, controladora da
Comgás, não respondeu até o
fechamento desta edição.
Com agências internacionais
Colaborou a Agência Folha, em Campo Grande
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