|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIZINHO EM CRISE
Empréstimo pode ser liberado amanhã, diz Enrique Iglesias
Argentina deve ter US$ 1,5 bi do BID
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O BID (Banco Interamericano
de Desenvolvimento) deve liberar
amanhã um empréstimo de US$
1,5 bilhão para a Argentina, afirmou ontem o presidente da instituição, Enrique Iglesias.
A diretoria do banco se reúne
amanhã para discutir a aprovação
do empréstimo, que estava sendo
estudado desde o ano passado. A
avaliação do programa de ajuda
foi suspensa quando a Argentina
deixou de pagar suas dívidas com
o Banco Mundial, em novembro.
O BID voltou a avaliar a possibilidade de liberar os recursos no final de janeiro, quando o país assinou um acordo com o FMI e regularizou os pagamentos aos organismos multilaterais.
O dinheiro deve engrossar o orçamento do governo para a área
social. O empréstimo faz parte de
programa setorial do BID para
proteção social e redução de pobreza. Segundo Iglesias, o BID
também estuda novo empréstimo
de US$ 1 bilhão para a Argentina.
O dinheiro seria liberado no segundo semestre deste ano.
À brasileira
O ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, viajaria
ontem à noite para os EUA. Lavagna se reunirá com o secretário
do Tesouro norte-americano,
John Snow, e com representantes
dos organismos multilaterais. A
todos, o ministro tem um pedido:
que o FMI não pressione demais o
novo governo argentino, que deve
assumir no final de maio.
Lavagna disse que gostaria que
o FMI atuasse na Argentina como
atuou no processo de transição
brasileiro. "É necessário fazer um
processo de transição à brasileira,
não se pode pressionar o próximo
governo", disse, em entrevista ao
jornal argentino "La Nación".
O ministro argentino diz temer
que o FMI tenha "surpresas" para
o próximo governo, como exigir
superávit fiscal de 5% do PIB
(Produto Interno Bruto) ou um
aumento de 50% nas tarifas públicas. A atual meta de superávit
com o Fundo é de 2,5% do PIB, e o
aumento das tarifas ainda está
sendo discutido.
Ontem, terminaram as férias do
sistema judicial argentino. A Corte Suprema deve voltar a analisar
os processos contra a pesificação
dos depósitos bancários. A redolarização dos depósitos criaria
mais desequilíbrio no sistema financeiro ou exigiria que o governo aumentasse o gasto público.
Arrecadação
O governo argentino anunciou
ontem que a arrecadação de impostos de janeiro atingiu 5,6 bilhões de pesos. O volume arrecadado foi 64% maior do que o do
mesmo mês do ano passado. Em
relação a dezembro, o aumento
foi de 16,3%.
Texto Anterior: Crise no ar: Polícia detém diretor da Varig por reintegração Próximo Texto: Panelaço Índice
|