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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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VIZINHO EM CRISE

Empréstimo pode ser liberado amanhã, diz Enrique Iglesias

Argentina deve ter US$ 1,5 bi do BID

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) deve liberar amanhã um empréstimo de US$ 1,5 bilhão para a Argentina, afirmou ontem o presidente da instituição, Enrique Iglesias.
A diretoria do banco se reúne amanhã para discutir a aprovação do empréstimo, que estava sendo estudado desde o ano passado. A avaliação do programa de ajuda foi suspensa quando a Argentina deixou de pagar suas dívidas com o Banco Mundial, em novembro.
O BID voltou a avaliar a possibilidade de liberar os recursos no final de janeiro, quando o país assinou um acordo com o FMI e regularizou os pagamentos aos organismos multilaterais.
O dinheiro deve engrossar o orçamento do governo para a área social. O empréstimo faz parte de programa setorial do BID para proteção social e redução de pobreza. Segundo Iglesias, o BID também estuda novo empréstimo de US$ 1 bilhão para a Argentina. O dinheiro seria liberado no segundo semestre deste ano.

À brasileira
O ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, viajaria ontem à noite para os EUA. Lavagna se reunirá com o secretário do Tesouro norte-americano, John Snow, e com representantes dos organismos multilaterais. A todos, o ministro tem um pedido: que o FMI não pressione demais o novo governo argentino, que deve assumir no final de maio.
Lavagna disse que gostaria que o FMI atuasse na Argentina como atuou no processo de transição brasileiro. "É necessário fazer um processo de transição à brasileira, não se pode pressionar o próximo governo", disse, em entrevista ao jornal argentino "La Nación".
O ministro argentino diz temer que o FMI tenha "surpresas" para o próximo governo, como exigir superávit fiscal de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) ou um aumento de 50% nas tarifas públicas. A atual meta de superávit com o Fundo é de 2,5% do PIB, e o aumento das tarifas ainda está sendo discutido.
Ontem, terminaram as férias do sistema judicial argentino. A Corte Suprema deve voltar a analisar os processos contra a pesificação dos depósitos bancários. A redolarização dos depósitos criaria mais desequilíbrio no sistema financeiro ou exigiria que o governo aumentasse o gasto público.

Arrecadação
O governo argentino anunciou ontem que a arrecadação de impostos de janeiro atingiu 5,6 bilhões de pesos. O volume arrecadado foi 64% maior do que o do mesmo mês do ano passado. Em relação a dezembro, o aumento foi de 16,3%.


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