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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Portas fechadas
A Rússia praticamente fechou as portas às importações de carnes impondo cotas aos exportadores. No caso da carne suína, o Brasil passará a ser o único fornecedor do produto, mas a cota é de 337,5 mil toneladas. No ano passado, o país tinha exportado 378 mil toneladas para a Rússia.

Pior para a avicultura
As novas cotas de importação para frango brasileiro são de 33 mil toneladas, bem abaixo das 128,8 mil toneladas exportadas em 2002. Para Deives Faria da Silva, da FNP, essa redução ocorre em momento de alojamento elevado e o setor terá de se readequar.

Estoques baixos
O Canadá fechou o ano com estoques de 13,4 milhões de toneladas de trigo, 27% menos do que em 2001. É o menor volume desde 1981, quando as estatísticas do setor começaram a ser compiladas. EUA, Austrália e Argentina também tiveram problemas semelhantes.

Alta moderada
Apesar da quebra de produção nos principais países produtores e exportadores, os preços do trigo não dispararam. A alta não ocorreu devido à entrada no mercado de vários outros países, principalmente do Leste Europeu. Rússia e Ucrânia vão colocar no mercado 18 milhões de toneladas neste ano.

Bom para o Brasil
A entrada desses novos fornecedores de trigo no mercado ocorreu em boa hora para o Brasil, o principal importador mundial do cereal. O Brasil já importa trigo da Ucrânia -o que, apesar da distância, fica mais barato do que o da Argentina.

Apenas ensaio
Os produtos agrícolas registraram o nono mês de alta consecutiva em janeiro em São Paulo. A alta foi de 1,15%. A tendência de queda registrada na segunda e terceira semanas do mês -as primeiras nas últimas 30 semanas- não se confirmou. Em 12 meses, a alta foi de 35,2%, acima da inflação.

Feijão e milho lideram
Os dados são do Instituto de Economia Agrícola, que mostram alta de 117% nos preços do feijão em 12 meses. No mesmo período, o milho teve alta de 98%; o café, 83%; e o trigo, 82%, diz Nelson Martin, coordenador da pesquisa.

Exportação doce...
As exportações brasileiras de mel em 2002 superaram em 350% as de 2001. O Brasil está nesse mercado há apenas dois anos, e já vende 11 mil toneladas por ano, segundo técnicos do IEA. Em 2000, as exportações eram de apenas 269 toneladas.

... mas preços salgados
A saída do mel brasileiro para o mercado externo pressionou os preços internos. Segundo José Venâncio de Resende, do IEA, a indústria chegou a pagar R$ 270 por lata de 25 quilos, contra um preço histórico de R$ 70.

Grãos e guerras
Estudo do economista norte-americano Rich Pottorff, da agência Doane, mostra que os cereais sempre sobem nas guerras, mas cedem rapidamente. O problema maior são os custos dos fertilizantes e dos insumos agrícolas, que acompanham os preços do petróleo e demoram para recuar.


E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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