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Petrobras não cumprirá resolução que a obriga a abastecer mercado boliviano
DA REPORTAGEM LOCAL
A Petrobras informou oficialmente anteontem à Bolívia
que a empresa e as suas sócias
no país, a espanhola Repsol e a
francesa Total, não aceitarão a
determinação para abastecer o
mercado interno boliviano,
conforme prevê uma resolução
recente do Ministério de Hidrocarbonetos.
A nova disputa com o governo boliviano tem origem no
contrato de venda de gás à estatal argentina Enarsa, assinado
em outubro do ano passado. O
acordo prevê a exportação de
7,7 milhões de metros cúbicos
diários neste ano e 27,7 milhões
de metros cúbicos/dia a partir
de 2010.
O problema é que a Bolívia
não produz o suficiente para
atender aos compromissos
com o Brasil e a Argentina,
além do mercado interno. A solução encontrada foi emitir
uma resolução obrigando a Petrobras e suas sócias a entregar
3 milhões de metros cúbicos
diários, a um preço de apenas
US$ 1 por milhão de BTU.
A grande beneficiada seria a
empresa Chaco, que deixaria de
atender o mercado interno para enviar o gás à Argentina, a
um preço de US$ 5 por milhão
de BTU. Ou seja, multiplicaria
por cinco o valor que atualmente recebe pela mesma quantidade de gás.
A Petrobras argumenta que,
se atender neste ano ao volume
determinado pela Bolívia, o nível de produção não permitiria
cumprir o acordo GSA (Gas
Supply Agreement), que prevê
o envio ao Brasil de até 30 milhões de metros cúbicos diários. Além disso, diz que provavelmente terá prejuízos por
causa do baixo preço do gás no
mercado interno.
Procurado pela Folha, o novo presidente da YPFB, Manuel Morales, disse, em contato telefônico, que não comentaria a decisão da Petrobras de
descumprir a resolução.
(FM)
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