São Paulo, domingo, 04 de fevereiro de 2007

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Petrobras não cumprirá resolução que a obriga a abastecer mercado boliviano

DA REPORTAGEM LOCAL

A Petrobras informou oficialmente anteontem à Bolívia que a empresa e as suas sócias no país, a espanhola Repsol e a francesa Total, não aceitarão a determinação para abastecer o mercado interno boliviano, conforme prevê uma resolução recente do Ministério de Hidrocarbonetos.
A nova disputa com o governo boliviano tem origem no contrato de venda de gás à estatal argentina Enarsa, assinado em outubro do ano passado. O acordo prevê a exportação de 7,7 milhões de metros cúbicos diários neste ano e 27,7 milhões de metros cúbicos/dia a partir de 2010.
O problema é que a Bolívia não produz o suficiente para atender aos compromissos com o Brasil e a Argentina, além do mercado interno. A solução encontrada foi emitir uma resolução obrigando a Petrobras e suas sócias a entregar 3 milhões de metros cúbicos diários, a um preço de apenas US$ 1 por milhão de BTU.
A grande beneficiada seria a empresa Chaco, que deixaria de atender o mercado interno para enviar o gás à Argentina, a um preço de US$ 5 por milhão de BTU. Ou seja, multiplicaria por cinco o valor que atualmente recebe pela mesma quantidade de gás.
A Petrobras argumenta que, se atender neste ano ao volume determinado pela Bolívia, o nível de produção não permitiria cumprir o acordo GSA (Gas Supply Agreement), que prevê o envio ao Brasil de até 30 milhões de metros cúbicos diários. Além disso, diz que provavelmente terá prejuízos por causa do baixo preço do gás no mercado interno.
Procurado pela Folha, o novo presidente da YPFB, Manuel Morales, disse, em contato telefônico, que não comentaria a decisão da Petrobras de descumprir a resolução. (FM)


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