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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Consumidor do Nordeste tem menos consciência de tributos
Consumidores da região
Nordeste do país estão menos
conscientes dos tributos que
incidem nos produtos. Mais de
5% da população de Recife não
sabe que paga impostos quando
vai ao supermercado e compra
uma cesta com dez pães, um
leite e uma manteiga.
Em Belo Horizonte, a desinformação é verificada em apenas 1% da população.
Os dados foram extraídos do
Índice de Confiança na Justiça,
medido pela Escola de Direito
de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e pelo Ibre, com divulgação prevista para hoje. O
levantamento, relativo ao quarto trimestre do ano passado,
abordou cerca de 1.600 pessoas, em sete regiões metropolitanas do país.
Na média nacional, 97,3% do
total afirmou que sabia que estava pagando tributos nessa
compra. O percentual cai para
94,6% em Recife e para 93,9%
em Salvador.
Em Belo Horizonte, onde a
informação é maior, 99% dos
entrevistados afirmaram que
sabiam que estavam pagando
tributos na compra da cesta de
produtos, seguida por Brasília e
Porto Alegre, com 98,6% cada
uma. São Paulo (97,7%) e Rio
de Janeiro (96,8%) também registraram índices mais altos.
"A concentração de pessoas
que não sabe que está pagando
é considerável. É uma conclusão importante em anos eleitorais e em momentos em que se
discute o tema. A população
que mais paga imposto relativamente, que é a de baixa renda, é justamente a que menos
tem a percepção de estar pagando", afirma Luciana Gross
Cunha, professora da Escola de
Direito de São Paulo da FGV.
É possível construir o perfil
de uma pessoa desinformada,
segundo Cunha. "Trata-se, provavelmente, de uma mulher,
entre 35 e 44 anos, sem instrução ou com primeiro grau incompleto e com renda mensal
de até R$ 1.000", afirma.
A população que mais
paga imposto
relativamente, que é a
de baixa renda, é
justamente a que
menos tem a percepção
de estar pagando
LUCIANA GROSS CUNHA
professora da Escola de Direito de São
Paulo da FGV
SEDE DE MERCADO
O mercado de purificadores de água cresce a uma taxa
média de 10% ao ano no Brasil. De olho nesse crescimento vigoroso, mais empresas passam a investir nesse nicho. É o caso da Consul, que lança neste ano o seu primeiro purificador de água, um compacto não elétrico.
"Acreditamos que esse é um mercado de tamanho relevante. Em 2009, gerou receita de US$ 230 milhões no
país. E estimamos que o ritmo de expansão irá crescer",
afirma Nathalie Tessier, vice-presidente da Whirlpool
Latin America, que atua no Brasil com as marcas Brastemp, Consul e KitchenAid. Apenas 20% dos lares brasileiros possuem um purificador de água, de acordo com
pesquisa do IBGE. "Ainda é um mercado de pouca penetração. Temos muito a conquistar", disse Tessier. A vice-presidente da companhia diz que é grande a preocupação
de consumidores com a qualidade da água e a sustentabilidade. A Whirlpool não quis revelar os investimentos da
empresa no novo produto.
Banco não pode exigir hora extra no interior de SP
O banco Santander não
pode mais exigir hora extra
de seus funcionários nas
agências de Ourinhos (SP) e
região, a não ser em casos excepcionais, segundo determinação do juiz do trabalho
Levi Rosa Tomé, do Tribunal
Regional do Trabalho da 15ª
Região (Campinas).
A decisão da Justiça do
Trabalho, de dezembro passado, é de primeira instância.
O banco ainda pode recorrer.
Procurado, o Santander informou, por meio da assessoria, que "não comenta assuntos que estão sub judice".
A Justiça recebeu denúncias do sindicato da categoria
de Bauru e do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região (em Bauru), de 2003, de
que o banco, à época, Santander/Banespa, exigia, mas não
pagava horas extras.
Auditoria fiscal do Ministério do Trabalho constatou
fraudes nos controles de
ponto de agências da instituição, segundo o procurador do trabalho Luís Henrique Rafael. As horas trabalhadas não condiziam com a
real jornada de trabalho.
"Verificou-se em agência
de Ourinhos que, após cumprido o tempo de trabalho, o
ponto dava como encerrada
a atividade do funcionário.
Só que, a pedido do gerente,
ele continuava na agência
com outra senha", diz Rafael.
"Fiscalizações em Sorocaba, Bauru e Araçatuba também constataram problemas." Rafael diz que entrará
com recurso no TRT da 15ª
Região para que a decisão seja válida em todo o Estado e
requisitará que o Ministério
do Trabalho fiscalize todas as
agências paulistas.
O juiz Levi Rosa Tomé fixou multa de R$ 5.000 por
trabalhador envolvido e por
dia de trabalho extraordinário, a ser revertida para o
FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador).
DE PLÁSTICO
O programa do Walmart
Brasil para redução de uso
de sacolas plásticas em supermercados registrou, após
um ano, 138 milhões de sacolas a menos no ambiente.
A empresa oferece crédito
nas compras do consumidor
que não usa a sacola plástica
e também vende sacolas retornáveis.
CADEIRA
Omilton Visconde Júnior
irá tomar posse na presidência do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica
de São Paulo), na próxima
semana, para um mandato
de três anos. Júnior, que
atualmente é presidente do
laboratório Segmenta, já
atuou à frente do laboratório
Biosintética.
BATISMO
A OceanAir será rebatizada com o nome da companhia colombiana Avianca
dentro de três ou quatro meses. A mudança depende da
aprovação, pela Agência Nacional de Aviação Civil, da
incorporação da OceanAir
pela Avianca, ambas controladas pelo empresário brasileiro de origem boliviana
German Efromovich.
ATRASO
A mudança do nome estava prevista para o início deste ano, mas, com a fusão da
Avianca com a companhia
aérea Taca, de El Salvador, a
Avianca deixou de ser controlada em mais de 80% por
um brasileiro.
REARRANJO
Foi preciso fazer um novo
rearranjo societário para enquadrar a Avianca na legislação brasileira, permitindo
que ela controle a OceanAir.
A OceanAir é a quinta companhia aérea nacional e detém 2,5% do mercado.
GUARDA-CHUVA 1
As chuvas aqueceram os
preços nas gôndolas de frutas, legumes e verduras, segundo o IPS (Índice de Preços dos Supermercados),
feito pela Apas (Associação
Paulista dos Supermercados) em parceria com a Fipe.
GUARDA-CHUVA 2
Durante o mês passado, as
verduras tiveram alta de
mais de 13% nos preços,
com destaque para os aumentos em alface (18,1%),
repolho (15,4%) e coentro
(15,0%). Frutas e legumes
também registraram altas
expressivas, como o abacaxi
(25,2%), a laranja (22,9%), a
vagem (48,6%), o chuchu
(25,9%) e a abobrinha
(36,5%). O aumento médio
de preços de todos os produtos comercializados nos supermercados durante o período foi de 1,05%.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, FÁTIMA FERNANDES e MARIANA BARBOSA
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