|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DRAGÃO CONTROLADO
Segundo a Fipe, fatores sazonais perdem força, e preços registram alta de 0,19% em SP no mês passado
Inflação cai mais do que o previsto em SP
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação manteve a tendência
de queda no mês passado, mas
em ritmo bem maior do que o
previsto. Dados divulgados pela
Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostraram
que os preços subiram 0,19% na
cidade de São Paulo em fevereiro.
Em janeiro, os preços tinham subido 0,65%. As previsões feitas no
início de fevereiro indicavam taxa
de 0,40% para o período.
Paulo Picchetti, coordenador
do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que essa desaceleração maior do que o previsto
ocorreu por dois fatores básicos:
fim das pressões sazonais e pressão menor do que o previsto dos
produtos industrializados.
Segundo o economista da Fipe,
esperava-se pressão maior dos industrializados, devido ao aumento de custos das matérias-primas
e da nova carga tributária, provocada pela elevação da Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de
3% para 7,6% em fevereiro.
Parte dessa pressão foi transferida para este mês, quando a taxa
de inflação deverá subir para
0,40%. Já de partida, devido a aumentos programados de telefone,
carros e cigarro, a inflação terá o
patamar mínimo de 0,11%.
A partir de agora haverá um
processo de ajuste relativo dos
preços. Esse ajuste deverá se estender por todo o ano, diz Picchetti. Mesmo com essas pressões, a inflação ficará com taxa
média de 0,40% a 0,50% ao mês,
somando de 5,5% a 6% em 2004,
nas estimativas da Fipe.
O coordenador do IPC diz que
não será fácil para as empresas repassar preços neste momento de
desemprego elevado e de renda
baixa. A Fipe já começa a detectar,
no entanto, alguns repasses de
custos. Devido à elevação no custo do aço, armários para cozinha e
para quarto tiveram reajuste de
4%; geladeira, 0,8%; máquina de
lavar, 1,5%; e fogão, 1,3%.
Neste momento é preciso olhar
a tendência da inflação, que é de
queda, diz Picchetti. Ele rebate a
ata do Copom que ressaltou as diferenças das taxas do IPC da Fipe
e do IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo)
do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística). Picchetti
diz que "o IPC da Fipe é tradicionalmente um bom antecipador
do IPCA". É preciso olhar o índice
no longo prazo, e ele está em queda, afirma o economista.
Picchetti voltou a afirmar que o
Banco Central deveria adotar as
metas com base no núcleo inflacionário. "Não dá para combater
tarifas de energia elétrica ou choques do petróleo com taxas de juros", diz Picchetti.
Texto Anterior: CC5: Entradas de dólares batem remessas Próximo Texto: Especialistas sugerem mudar meta Índice
|