A crise colocou em xeque o modelo de negócio dos bancos médios brasileiros. A dificuldade de captação de recursos e a redução da rentabilidade e do valor de mercado são desafios dessas instituições, que terão que se adaptar para sobreviver nesse mercado. Essa é a conclusão de um relatório sobre o setor elaborado pela consultoria Bain & Company.
Segundo o relatório, a rentabilidade média de nove bancos desse porte caiu para 11% no terceiro trimestre de 2008. Em 2007, era de cerca de 20%. Para os cinco maiores bancos do país, a rentabilidade média de 2006 a 2008 é de 23,5%.
Para Rodolfo Spielmann, sócio da Bain & Company, o volume de oferta de produtos dos bancos médios está comprometido pela dificuldade de obter recursos. Antes da crise, as empresas captavam recursos no mercado internacional. Agora que essas linhas secaram, as empresa têm o desafio de buscar outras alternativas de captação.
Uma novidade que já está acontecendo neste mercado, segundo Spielmann, é o financiamento de bancos médios por fundos de private equity. Um exemplo é a captação de R$ 400 milhões com fundos estrangeiros anunciada em fevereiro pelo banco Daycoval. Para Spielmann, essa ações são boas alternativas. "Quem atrair mais capital vai ganhar mais confiança no mercado."
Para o sócio da B&C, muitos bancos serão obrigados pela crise de liquidez a reduzir suas linhas de crédito, extinguir negócios secundários e focar nos segmentos pelos quais se originaram para sobreviverem neste mercado.
Segundo o relatório da consultoria, há espaço para os bancos médios nos segmentos de crédito consignado e "middle market" (empréstimos para médias empresas). Os motivos citados são as regras mais flexíveis, agilidade no processo e a rede de correspondentes.
No setor de crédito para compra de veículos, um dos principais negócios de alguns bancos médios, eles apenas são competitivos em nichos específicos, como carros e motos usados e caminhões. "Os grandes bancos estão no mercado de crédito para carros novos com uma margem baixa para competir. O financiamento de veículos é um negócio de escala."

CADEIRAS
Robert Bittar e Mauro Cesar Batista foram reeleitos para a presidência e a vice-presidência da Escola Nacional de Seguros Funenseg, respectivamente, para 2009-2011.

CULTURAL
O programa de patrocínios culturais da Oi elevou seus investimentos para São Paulo. Neste ano, serão contemplados dez projetos artísticos. Para 2009, o montante de seu edital chega a R$ 29,2 milhões. O total vai para 132 projetos em nove Estados, via leis de incentivo.

MAN AT WORK
A construção do Terminal Portuário Muelle Sur, da Odebrecht, no Peru, registrou mais de 1 milhão de horas/homem trabalhadas sem afastamento. Com contrato de US$ 247 milhões, o objetivo da construção é dar vazão ao gás natural extraído das reservas peruanas.

OBRAS
Com a obra da Odebrecht, 4,5 milhões de toneladas de gás natural ao ano serão processadas, o que representará US$ 1,4 bilhão, dos quais o governo peruano embolsará US$ 200 milhões em imposto.

SERVIÇO COMPLETO

O BNP Paribas Brasil começou a oferecer neste ano um serviço de "wealth management" (gestão de fortunas) aos seus clientes. Segundo o diretor-vice-presidente do banco, Hiram Maisoonave Júnior, trata-se de um serviço mais completo que a gestão financeira. Além de gerenciar os investimentos, o gestor também atua no manejo sucessório e tributário dos recursos, por exemplo. Para 2009, o banco quer crescer em 30% o volume de recursos sob sua gestão, que já chegou a R$ 5 bilhões. O foco de investimentos do BNP Brasil hoje é o mercado acionário. "Há oportunidades extraordinárias na Bovespa", diz Maisoonave. Para aproveitá-las, o banco adiou seu plano de criar um fundo de private equity.

AI, QUE CALOR
Nas lojas da rede Extra, as vendas acompanharam as altas temperaturas dos últimos dias. No último final de semana, a rede vendeu mais de 400 mil aparelhos entre equipamentos de ar condicionado e ventiladores. As duas regiões de maior procura foram Rio de Janeiro, com crescimento de 60%, e São Paulo, com 130%.

ENERGIA
A CPFL Energia planeja investir cerca de R$ 5 bilhões entre 2009 e 2013. Os segmentos de geração e distribuição estão no foco. Estão previstos R$ 700 milhões para geração e quase R$ 100 milhões em projetos de cogeração. O segmento de distribuição deve ficar com R$ 4,2 bilhões.

MINEIRO
A Yaskawa Elétrico do Brasil, especializada em automação industrial, inaugura neste mês uma filial em Ipatinga (MG) para prestar serviços de suporte técnico, treinamento e vendas, e um laboratório de reparos. O foco é atender as indústrias instaladas na cidade e na região do Vale do Aço, além de Grande Belo Horizonte, Juiz de Fora e Divinópolis.

NO POSTO

Os motoristas paulistanos que usam o etanol pagaram quase 3% mais ao abastecer em fevereiro, segundo pesquisa do Ticket Car. O preço cobrado pelo litro do combustível subiu 2,72% na capital paulista, chegando a R$ 1,416. Os demais combustíveis ficaram estáveis no último mês, com variações que não ultrapassaram 0,5%. A zona norte é a região mais barata para abastecer com gasolina, álcool, GNV e biodiesel.

SONHO
O livro "Você é do Tamanho dos Seus Sonhos" (207 págs.), de César Souza, cuja primeira edição, de 2004, vendeu 152 mil exemplares, será relançado neste mês pela Ediouro. A edição, ampliada, traz um "antídoto contra a crise", segundo o autor, que diz que as empresas devem agora resgatar sua posição inicial. Serão 50 mil exemplares na tiragem, que vai inaugurar um selo da editora, o Agir Negócio.

CAMARÃO
A RSA Seguros acaba de lançar no Brasil um seguro de aquicultura para os criadores de peixe, camarão e outros crustáceos em cativeiro. O produto já é comercializado pela seguradora no Chile, no Reino Unido, nos países nórdicos, em países banhados pelo mar Mediterrâneo e em alguns países do sudeste asiático.

MOLUSCO
No Brasil, o seguro de aquicultura chega por meio de uma parceria com o governo federal intermediada pela Harmonia Corretora de Seguros. Por meio do Ministério da Agricultura, o governo vai disponibilizar um subsídio para os criadores aquícolas, provendo em até 30%, limitado a R$ 32 mil, o valor do prêmio do seguro para os produtores credenciados.

FEMININO
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, no próximo domingo, a Caixa Econômica Federal vai oferecer gratuitamente emissão e regularização de CPF para as mulheres que comparecerem às agências Caixa durante toda a próxima semana.