São Paulo, quarta-feira, 04 de março de 2009

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Toyota negocia ajuda com governo japonês

Vendas da empresa nos EUA caem 37% em fevereiro, ante queda de 53% da GM, no pior mês para o setor em 27 anos

Maior montadora mundial quer empréstimo para a sua divisão de financiamento de carros nos EUA, repetindo exemplos de GM e Chrysler


DA REDAÇÃO

Maior montadora mundial, a Toyota está seguindo os passos de GM e Chrysler e negociando ajuda governamental, ainda que em um patamar inferior ao desejado pelas rivais americanas. A companhia confirmou que discute empréstimo com o governo japonês, sem revelar valores, mas que, segundo o "Financial Times", deve ficar em torno de 200 bilhões de ienes (US$ 2 bilhões).
A empresa, por meio de sua divisão de financiamento de carros nos Estados Unidos, pode ser a primeira beneficiária de um programa do governo japonês lançado ontem que promete US$ 5 bilhões das reservas em moeda estrangeira em empréstimos com juros baixos para as companhias locais que estão sendo afetadas pela crise.
A Toyota prevê que terá no atual ano fiscal (que se encerra no dia 31) o primeiro prejuízo em seis décadas, resultado, em grande parte, devido à queda nas vendas nos Estados Unidos, de 31% no quarto trimestre de 2008. E o cenário neste início de ano não está muito diferente: depois de recuarem 34,4% em janeiro, caíram 37,3% no mês passado.
O resultado, porém, foi menos ruim que os da GM (queda de 52,9%), da Ford (-48,4%) e da Chrysler (-44%), no pior mês para as montadoras nos EUA desde dezembro de 1981, com o agravante de que, naquela época, o número de motoristas era inferior ao atual.
A crise no setor automotivo nos EUA teve seu início ainda em 2007 -inicialmente com os altos preços dos combustíveis, reflexo da alta recorde no petróleo, e depois com a crise no crédito e o desemprego, que afugentaram os consumidores- e já fez com que GM e Chrysler recorressem à ajuda do governo americano. Ainda sob George W. Bush, as montadoras receberam US$ 17,4 bilhões e querem da administração de Barack Obama mais US$ 21,6 bilhões.
Mas os problemas não estão concentrados apenas nos EUA. A GM quer ajuda de governos europeus como Alemanha, Espanha e Reino Unido, ameaçando fechar fábricas e colocando em perigo 300 mil empregos (entre diretos e indiretos). Na França, o governo Sarkozy já saiu em socorro das montadoras locais, gerando críticas de protecionismo.
No Japão, as empresas, além da crise global, estão sendo afetadas pela valorização do iene, que diminui a competitividade dos produtos do país no exterior. Com isso, várias gigantes, como Panasonic, Pioneer e Nissan, anunciaram demissões de milhares de trabalhadores.


Com agências internacionais


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