São Paulo, quarta-feira, 04 de março de 2009

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Venda de supermercados cresce 6,5% em janeiro

Pão de Açúcar tem alta de 33,4% no lucro em 2008

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

O ritmo de crescimento de vendas nos supermercados se desacelerou em relação à média de 2008 (8,98%), mas ainda mostrou um bom resultado em janeiro, quando cresceu 6,54% ante igual período do ano anterior, já descontada a inflação.
Para o presidente da Abras (associação do setor), Sussumu Honda, esse resultado se deve principalmente aos efeitos da crise no segmento de não-alimentos e à queda nas vendas de produtos importados.
Com o foco das empresas no mercado interno, Honda avalia que o consumidor será beneficiado com preços mais competitivos. Para evitar "o encalhe do produto", varejo e indústria avaliam com muito mais cuidado o aumento do valor dos produtos atualmente. Devido à alta no preço, houve queda no volume vendido em 2008, em relação ao ano anterior, em produtos como arroz (5,9%) e farinha de trigo (6,6%). Na média entre os itens, houve estabilidade.
"O crescimento das vendas em janeiro demonstra que o consumidor pode estar refreando o consumo de outras categorias do varejo, mas continua "liberal" nos supermercados", avalia o consultor Eugênio Foganholo, da Mixxer.
Também ontem o Grupo Pão de Açúcar divulgou o balanço de 2008. O primeiro ano de reestruturação rendeu à segunda maior rede de supermercados do país, que inclui a bandeira de mesmo nome, além de Extra, CompreBem, Sendas e Assai, lucro líquido de R$ 281,4 milhões, com alta de 33,4% sobre o ano anterior. O resultado pro-forma, sem considerar os gastos com a reestruturação no primeiro trimestre, mostra um crescimento de 41,6%.
Nos últimos três meses do ano, o lucro (R$ 102,3 milhões) teve queda de 9,2% devido a um crédito de Imposto de Renda que alavancou o dado no mesmo trimestre em 2007. Considerando o resultado antes do pagamento do tributo, houve alta de 19,1%. "Estamos na contramão da crise. Tivemos a sorte de nos prepararmos muito mais cedo", afirmou o vice-presidente administrativo financeiro, Enéas Pestana. Por causa das incertezas sobre os efeitos da turbulência, o presidente do grupo, Claudio Galeazzi, diz que "é altamente improvável" investir o R$ 1,2 bilhão já anunciados para 2009.
Mesmo que haja redução, as prioridades são a expansão da rede de "atacarejo" Assai, que teve lucro líquido de R$ 21,8 milhões em 2008, e os gastos com infraestrutura e compra de terrenos. Nesse último, a orientação à equipe é olhar um imóvel como um ativo a ser explorado, mas ainda não foi decidido se será criada uma empresa só para cuidar desse negócio.


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