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Atividade da indústria de SP cai 16% em janeiro
Ante dezembro, setor teve avanço de 6,2%, diz Fiesp
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O nível de atividade da indústria paulista teve queda de
15,7% na comparação de janeiro deste ano com igual mês do
ano passado, segundo levantamento divulgado ontem pela
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A retração reflete o aperto no
crédito e os ajustes que as empresas do Estado de São Paulo
-e do país- tiveram de fazer
para frear a produção, em consequência do impacto da crise
financeira mundial no Brasil.
Na comparação de janeiro
deste ano com dezembro do
ano passado, o INA (Indicador
do Nível de Atividade) da indústria paulista subiu 6,2%
(feitos os ajustes sazonais), interrompendo a queda que vinha ocorrendo desde outubro.
"A melhora em janeiro não
significa o fim da crise", diz
Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, ao
destacar que a indústria está
voltando a patamares de 2006.
"Não podemos afirmar que
esse resultado [de janeiro] é o
início de um processo de recuperação contínuo e vigoroso.
Quem fizer essa interpretação
está equivocado", afirma Francini. "Se a recuperação vai ocorrer a partir do segundo semestre, ninguém sabe."
Cálculo feito pela Fiesp mostra que o INA teria de crescer
26% entre fevereiro até dezembro de 2009 -considerando a
média de 2,1% ao mês- para o
setor "empatar" com o desempenho da atividade da indústria
no ano passado, que foi zero. "A
tarefa que a indústria tem de fazer para chegar a zero é fantasticamente forte", diz Francini.
No acumulado desde setembro,
o recuo na atividade industrial
chegou a 20%. "Em 2009, teremos sangue, suor e lágrimas."
Sem prever números, André
Rebelo, gerente do departamento de economia da federação das indústrias paulistas,
afirma que o desempenho do
setor no ano será "negativo".
As vendas reais da indústria
caíram 5,7% na comparação de
janeiro e igual mês de 2008. O
nível de utilização da capacidade instalada, em média, ficou
em janeiro quatro pontos percentuais abaixo do constatado
em janeiro de 2008 -nos 17 setores pesquisados, 15 tiveram
queda. E as horas trabalhadas
na produção também tiveram
queda de 6,3% no período.
Para o economista Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, a retração na indústria paulista mostra o "tamanho" do ajuste que o país ainda
vai sofrer neste ano. "Tanto o
consumidor como as empresas
se ressentem da escassez de
crédito provocada pela crise,
que foi desencadeada lá fora e
que chega por diferentes caminhos ao mercado interno."
Na previsão da RC, a produção industrial deve cair de 1,5%
a 2% neste ano; a ocupação,
crescer 0,5% (ante alta de 3,4%
em 2008), e o rendimento real,
ficar zerado (ante alta de 4,4%).
Ariadne Vitoriano, analista
da Tendências, diz que a recuperação pontual no setor em janeiro (ante dezembro) era esperada. "A trajetória de alta deve se manter, mas em nível inferior aos vistos até setembro."
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