São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2010

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Braskem adia projeto na Venezuela

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Braskem vai adiar em um ano, para 2014, o projeto de produção de 1,1 milhão de toneladas de polietileno na Venezuela em razão das dificuldades de obtenção de financiamento para o empreendimento. O negócio integra a parceria Braskem e Pequiven, braço petroquímico da estatal PDVSA, controlada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Bernardo Gradin, presidente da companhia brasileira, afirma que a crise internacional comprometeu a modalidade de financiamento em que o projeto é a própria garantia do crédito, o que no jargão financeiro é chamado "project finance".
Ele refutou a avaliação de que o problema esteja relacionado ao que se pode denominar de "risco Chávez". Segundo ele, outros projetos que buscam financiamento nas mesmas condições também não foram viabilizados. Entretanto, reconheceu que o projeto da Braskem com a Idesa no México para a construção de um complexo petroquímico está em fase mais adiantada do ponto de vista da conclusão da engenharia financeira.
No México, o empreendimento para produção de 1 milhão de toneladas de eteno e polietileno será dado em garantia ao financiamento. O projeto envolve custos da ordem de US$ 2,5 bilhões.
Além do atraso na planta de PE (polietileno) na Venezuela, a Braskem também anunciou ontem, durante a divulgação do balanço de 2009, que está partindo para uma opção ao plano inicial de montagem de uma fábrica de PP (polipropileno, outro tipo de resina plástica) no complexo de Jose, no país.
De acordo com Gradin, a nova opção é o complexo de Paraguana, onde poderá ter acesso a propeno obtido em refinaria. É um empreendimento igual ao que a Braskem montou em Paulínia (SP), onde usa o propeno obtido na Replan. Se conseguir, Gradin disse que o projeto deverá estar em pé até o final de 2012.

Balanço
A companhia encerrou o ano de 2009 com um lucro líquido de R$ 917 milhões, revela balanço divulgado ontem, ainda sem nenhuma influência da Quattor, empresa adquirida em janeiro.
Embora modesto, o resultado foi melhor do que o obtido no ano anterior, quando a companhia registrou prejuízo de R$ 2,5 bilhões. O motivo para esse resultado em 2008 foi o impacto da valorização do dólar após a crise financeira internacional na parte dolarizada da dívida da companhia. A receita líquida da empresa, já excluídos os impostos, foi 18% inferior ao apurado em 2008, caindo de R$ 18,5 bilhões para R$ 15,2 bilhões.


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