São Paulo, Quinta-feira, 04 de Março de 1999
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BC japonês zera juros interbancários

das agências internacionais

A taxa de juros interbancários do Japão caiu para zero ontem, depois que o Banco do Japão (o BC do país) inseriu 400 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 3,3 bilhões) no sistema bancário. Anteontem, a taxa era de 0,07%.
Na realidade, a taxa caiu para 0,02%, mas, na prática, os juros cobrados são iguais a zero. Isso porque o 0,02% equivale às comissões dos corretores sobre operações financeiras.
O corte nas taxas interbancárias estava sendo recomendado por vários analistas estrangeiros como saída para conter a deflação no país.
Com a entrada de dinheiro na economia, há a possibilidade de conter a deflação e impulsionar o lucro de empresas locais.
"O banco central aparentemente embarcou na política da expansão quantitativa (superávit monetário), ao invés de influenciar no nível das taxas básicas de juros", disse Hiroyuki Miki, do departamento do tesouro do Sumitomo Bank.
O secretário-adjunto do Tesouro norte-americano, Lawrence Summers, já havia sugerido esta semana que o Japão deveria tomar algumas medidas para estimular a economia do país, o que incluiria a expansão de seu superávit monetário.
"Considerando os riscos que o país enfrenta, o prometido pacote de estímulo fiscal do Japão precisa ser implementado e sustentado nos próximos anos", afirmou Summers.
Para ele, o pacote impulsionaria a economia, mas haveria também uma necessidade de uma política monetária para estabilizá-la.
A medida do Banco do Japão teve impacto direto na cotação do iene, que se desvalorizou ante o dólar.
A moeda norte-americana fechou ontem a 121,77 ienes em Nova York, acima dos 120,33 ienes de terça-feira. Houve também valorização dos títulos japoneses.

Coréia do Sul
O governo da Coréia do Sul alterou ontem sua previsão de crescimento para 1999 em virtude da forte recuperação da economia e da desvalorização do iene.
Inicialmente, o Ministério da Economia e das Finanças do país projetava crescimento de 0% no primeiro semestre e de 4% no segundo.
As novas metas indicam crescimento de 1,5% na primeira metade do ano e de 2,5% na segunda.
De acordo com autoridades do ministério, o ritmo que mostra a aceleração da economia do país nos últimos meses permite prever incremento no início de 98. No entanto, no segundo semestre, a previsão é que a meta não será atingida em razão da fragilidade da moeda japonesa.
Nesse cenário, o crescimento anual não deverá ser diferente dos 2% inicialmente previstos.


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