São Paulo, Quinta-feira, 04 de Março de 1999
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Alta do dólar pode levar à falta de produtos eletroeletrônicos

da Reportagem Local

A dificuldade para negociar preços entre a indústria e o comércio por conta da alta do dólar começa a ser cada vez mais percebida pelos consumidores.
Já faltam produtos eletroeletrônicos nas lojas, além de ter havido significativa redução na variedade de modelos e marcas. Microsystems, fornos de microondas, toca-fitas e CDs são os produtos mais escassos, segundo algumas redes de lojas. A falta de opções de marcas e modelos é generalizada.
"É provável que comece a faltar mercadorias, pois os estoques no varejo e na indústria estão muito baixos", diz Paulo Saab, presidente da Eletros (reúne os fabricantes de eletroeletrônicos).
A Lojas Cem informa que nos seus pontos-de-venda praticamente não existem aparelhos de som. "A indústria só vende se pagarmos 40% a mais pelos produtos, mas não estamos aceitando, pois o consumo já caiu muito", diz Natale Dalla Vecchia, diretor.
Segundo ele, as vendas caíram 50% em fevereiro na comparação com igual período de 98. A Cem vendia tradicionalmente cerca de 9.500 TVs por mês. No mês passado, comercializou 5.200 aparelhos.
Uma grande rede, que prefere não ser identificada, diz que está tendo falta de aparelhos de som porque a importação ficou mais cara e a indústria praticamente desativou a produção.
Até que a produção local seja retomada ou a indústria e o comércio consigam se acertar em torno dos preços dos importados é inevitável a falta de mercadorias nas prateleiras, diz a mesma rede.
Benjamim Funari Neto, presidente da Abinee (reúne a indústria elétrica e eletrônica), diz que a falta de mercadorias nas lojas é inevitável neste momento. "Desde dezembro, as empresas estão dando férias coletivas. E mais: ninguém sabe qual é o dólar que deve ser negociado." (FÁTIMA FERNANDES)




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