São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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"TEORIA DA COMPENSAÇÃO"

Para não abrir mão de itens "essenciais", faxineira troca de fabricante

Marca muda, mas o produto fica

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Maria José Veloso com a filha Jesse; família mantém consumo, porém com itens mais baratos


DA REPORTAGEM LOCAL

São mais de 66 milhões de pessoas no país recebendo de um a três salários mínimos. Se incluídos nessa conta aqueles que recebem até cinco salários mínimos, são 76 milhões de indivíduos, com dez anos ou mais, segundo o IBGE. Nesse grupo, Maria José Veloso, 41 anos, três filhos, pode ser incluída.
Com o marido desempregado, ela mora na zona sul de São Paulo e trabalha como faxineira na capital paulista. Consumidora de mercadorias como cosméticos, cremes para o cabelo e para a pele, ela diz que teve de substituir diversas marcas, mas não cortou da lista certos produtos supérfluos de uso pessoal.
"Não compro mais cremes para pele de marcas muito caras. Tem certas coisas que gosto de comprar e não quero cortar de uma vez", afirma.
"As classes mais baixas aceitam trocar de marca com mais facilidade. São mais flexíveis, até pelo próprio nível de renda", diz Daina Ruttul, diretora da Ipsos.
Dados da consultoria Ibope/ LatinPanel mostra que o grupo de consumidores que recebem de um a quatro salários mínimos ao mês respondem por 40% do volume de vendas de pós-xampu nas lojas. As classes A e B são responsáveis por 24%, segundo dados de 2003.
Outras pesquisas mostram que há casos em que as camadas de renda baixa suportam mais os reajustes do que os ricos.
Numa escala de aumentos de 5% a 50% nos preços, as classes C e D afirmam que, na média, suportariam reajustes de 24% no sabão em pó. Já as classes A e B dizem que, acima de 22% de aumento, teriam de cortar a mercadoria. A pesquisa entrevistou 1.340 pessoas no país.


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