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Construções podem pôr fim a casa tradicional
DE PEQUIM
Zhang Lei, 40, é uma das vítimas da veloz mudança que começou em Pequim há menos
de dez anos. A tradicional casa
chinesa em que morava, chamada de Sì He Yuan, foi destruída em fevereiro para dar lugar a um empreendimento
imobiliário, e ele está prestes a
perder o emprego que tem há
20 anos na Fábrica de Máquinas Pesadas de Pequim.
A fábrica, que fica na parte
sul da capital, próxima ao centro, será transferida para a periferia, dentro do plano de modernização da cidade. Com a
transferência, haverá também
a demissão de parte dos 2.000
empregados, entre eles Zhang.
Desde fevereiro ele mora
com os pais em um apartamento próximo à fábrica e diz sentir-se "em uma caixa". As Sì He
Yuan são casas com pátio interno, de quatro lados, cada um
deles ocupado por um família.
Os vizinhos costumam comer
juntos no pátio e há uma intensa vida comunitária, algo que
está sumindo com a transformação da cidade.
As estreitas ruas ladeadas por
tradicionais casas chinesas,
chamadas de "hutongs", também são cada vez mais escassas
em Pequim. Essas típicas construções da Pequim "antiga" (de
menos de duas décadas atrás)
se restringem hoje basicamente
aos bairros turísticos, dos quais
o mais famoso é o Hou Hai,
próximo à Cidade Proibida.
Mas muitos chineses não lamentam a mudança trazida pela modernização. Zhang Feng
Lan, 60, comemora o fato de
que em agosto mudará com o
marido, a filha, o genro e a neta
de três anos para um apartamento na periferia de Pequim.
Hoje, ela e seus parentes moram perto do centro, em uma
casa de 10 m2. "As condições
são muito ruins e nós vamos
para um apartamento de 60
m2", afirma, sem saudade da
Pequim antiga.
(CT)
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