São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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"Bolha explode só após Olimpíadas"

DE PEQUIM

Se realmente existe uma bolha no setor imobiliário de Pequim, ela dificilmente explodirá antes das Olimpíadas de 2008, avaliam Julia Fan e Caroline Moulin, que atuam há anos no mercado local.
O governo chinês está empenhado em apresentar nos jogos uma cidade moderna, limpa e ocidentalizada. Para isso, adotou uma medida que, na opinião de Fan, poderá inflar ainda mais o setor: proibiu todas as construções na cidade a partir do final de 2006 -algo que seria imaginável em poucos países além da China.
As construções que não estiverem concluídas terão de ser interrompidas e cobertas. Significa que até o fim de 2008 toda a intensa atividade de construção que se vê hoje na cidade estará congelada. E quem quiser estar no mercado até lá tem de se apressar.
Tanto Fan, da CB Richard Ellis, como Moulin, da Jones Lang LaSalle, prevêem que o mercado continuará aquecido nos próximos dois anos.
Moulin avalia que a oferta de escritórios classe A irá quase dobrar, passando dos atuais 3,4 milhões de m2 para 6,4 milhões de m2. O estoque de apartamentos de alto padrão, que hoje é de 17,4 mil unidades, deverá chegar a 28 mil no fim desse período, estima.
"Não creio que haverá problemas no mercado nos próximos anos, porque há demanda e continuará a existir demanda."
Além das Olimpíadas, que manterão o mercado aquecido, a analista cita a entrada da China na OMC (Organização Mundial do Comércio) como outro fator que manterá a demanda em alta.
De acordo com as exigências da OMC, o país tem de desregulamentar uma série de setores e, em conseqüência, permitir a entrada de concorrentes estrangeiros no mercado, o que trará novas empresas a Pequim.
Moulin lembra ainda que a China cresce há uma década a um patamar próximo de 9% ao ano, o que por si só já é um estímulo ao setor imobiliário. (CT)


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