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TROCA DE COMANDO
Segundo analista, investidor já absorveu mudança na Fazenda
Saída de Palocci não muda previsões para a economia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A troca no comando do Ministério da Fazenda ocorrida na semana passada não trouxe grandes
alterações nas expectativas dos
analistas de mercado para a economia brasileira. Mesmo depois
da troca de Antonio Palocci Filho
por Guido Mantega, as projeções
de bancos e consultorias para a
inflação e para o dólar permanecem estáveis.
Todas as sextas-feiras, o Banco
Central consulta cerca de cem
analistas para colher estimativas
para os principais indicadores da
economia brasileira. O último levantamento, feito quatro dias depois da queda de Palocci, apontava para uma inflação de 4,50%
neste ano, exatamente o número
previsto na meta fixada pelo governo para 2006. Na pesquisa anterior, a estimativa para a alta dos
preços era de 4,57%.
Em relação à taxa de câmbio,
também foi mantida a projeção
de que o dólar encerre o ano cotado a R$ 2,20.
Para Mário Battistel, diretor da
corretora Novação, o mercado já
não espera grandes mudanças no
rumo da política econômica com
a chegada do novo ministro da
Fazenda. "Imaginava-se que ele
pudesse entrar com bala na agulha para mudar as coisas, mas a
gente está vendo que ele já se enquadrou", afirma.
Segundo Battistel, "já passou" o
período de incertezas trazido pela
nomeação de Mantega e, ontem, a
cotação do dólar foi mais influenciada pelas movimentações do
mercado internacional do que pelo cenário interno. A moeda caiu
1,15% e fechou a R$ 2,14.
Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC e
chefe da divisão econômica da
Confederação Nacional do Comércio, a maior tranqüilidade do
mercado em relação a Mantega
reflete a certeza cada vez maior
que os investidores têm de que as
políticas cambial, fiscal e monetária não devem se alterar. "Está claro que a política econômica não é
dele [Mantega], é do presidente
da República."
Para Freitas, não se espera que a
economia brasileira passe por
grandes turbulências neste ano, e
o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) pode ficar entre
3,5% e 4% em 2006 -em 2005, a
expansão foi de 2,3%.
Um dos fatores que devem favorecer o maior crescimento neste
ano é a queda dos juros. Pela pesquisa de mercado feita pelo BC, a
expectativa é que a taxa Selic caia
mais 0,75 ponto percentual na
próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do
BC), marcada para os próximos
dias 18 e 19.
A previsão dos analistas ouvidos pelo BC é que os juros cairiam
para 14,13% ao ano até dezembro,
o que seria a taxa mais baixa já registrada no país desde a implantação do sistema de metas de inflação, em 1999.
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