São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para S&P, novos números do PIB refletem melhor o atual vigor econômico brasileiro

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

Para a agência de classificação de risco Standard & Poor's, os novos números sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro -anunciados após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) alterar a sua metodologia de pesquisa- refletem com muito mais fidelidade a situação econômica do país.
"Observando, por exemplo, o recente aumento do crédito, a queda da taxa de desemprego, a elevação da renda dos trabalhadores, a mim parecia muito estranho um avanço abaixo de 3% ao ano", disse Lisa Schineller, analista da consultoria.
Pela nova série, divulgada no mês passado, a economia do país teve elevação de 3,7% em 2006, contra 2,9% na antiga.
Entretanto, o Brasil ainda estaria muito longe de avançar a um passo condizente com a estabilidade que alcançou. E isso se deve, na opinião de Lisa, a um certo "trauma" que tanto investidores quanto consumidores têm dos períodos de turbulência do passado.
"Houve melhoras macro e microeconômicas, porém leva alguns anos para que as pessoas se sintam mais seguras", explicou, acrescentando que não é possível estimar quanto tempo seria necessário para a superação desses temores, mas que tal fenômeno é comum em outras economias com história semelhante, como o México.
O governo teria papel fundamental no processo de reconquista da confiança de brasileiros e estrangeiros, para que eles apostem mais no país.
"A inflação está baixa, a política fiscal melhorou. Mas ainda é necessário diminuir a dívida pública, a carga tributária, simplificar os impostos, flexibilizar a legislação trabalhista", diz.


Texto Anterior: Para analistas, incertezas sobre os EUA podem manter oscilações no mercado
Próximo Texto: Alexandre Schwartsman: Mudando de lugar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.