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Greve de auditores leva a férias no AM e filas no PR
Falta de componentes prejudica Zona Franca
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Pelo menos 7.000 trabalhadores de indústrias da Zona
Franca de Manaus entraram
em férias em razão da greve dos
auditores fiscais da Receita Federal, segundo o Sindicato dos
Metalúrgicos do Amazonas. A
greve por tempo indeterminado começou em 18 de março.
No porto de Paranaguá (PR),
a greve contribuiu para a formação de filas de dez quilômetros de caminhões. A federação
de transportes já age para obter
ressarcimento dos prejuízos.
No Amazonas, o presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos,
Valdemir Santana, diz que podem ocorrer rescisões de contratos se a greve se estender.
"Os fiscais tiram nosso direito de trabalhar em vez de dar o
prejuízo ao governo", disse
Santana, que também preside a
CUT (Central Única dos Trabalhadores) regional.
Santana afirma que quatro
fábricas estão com linhas de
produção paradas por falta de
componentes. A Justiça concedeu quatro mandados de segurança para que mercadorias sejam desembaraçadas.
Segundo a Receita, nas alfândegas do porto e do aeroporto
de Manaus US$ 23 milhões em
insumos importados estão com
desembaraço parado devido à
paralisação. No Amazonas, há
175 auditores fiscais.
A categoria quer equiparação
de salários com os delegados da
Polícia Federal, que recebem
R$ 18 mil mensais. Os auditores
ganham, em média, R$ 13,3 mil.
Antes da greve, a proposta do
governo era de 17% de reajuste.
Paranaguá
A Fetranspar (Federação das
Empresas de Transporte de
Cargas do Estado do Paraná)
orientou os caminhoneiros a
guardar todas as notas fiscais
de alimentação, estadia e combustível geradas pela demora
em desembarcar mercadorias.
A entidade orientou as empresas a identificar os responsáveis pelos prejuízos e usar as
notas em ações de reparação de
danos. O porto enfrenta desde
anteontem greve de trabalhadores autônomos, além do movimento dos auditores.
"Nossos caminhões servem
para transporte, não para silo",
disse Sérgio Malucelli, diretor-executivo da Fetranspar. Segundo a entidade, na madrugada a fila chegou a 25 km.
Desde o começo da greve dos
auditores, a Justiça Federal de
Paranaguá tem concedido em
média cinco liminares por dia
determinando a continuidade
do despacho aduaneiro.
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