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MERCADO TENSO
Apesar dos elogios dos EUA e do FMI à economia brasileira, risco-país sobe 5,7% na véspera de reunião do Fed
Brasil sofre com temor de juro maior nos EUA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Elogios do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do governo
americano à condução da política
econômica brasileira não foram
suficientes para evitar mais um
tombo no mercado financeiro.
Na véspera de o Fed (banco central americano) decidir o rumo
dos juros nos EUA, o risco Brasil
registrou alta de 5,7%, fechando
em 701 pontos. Os C-Bonds atingiram seu menor valor desde setembro de 2003. O dólar teve valorização de 1,67%, para os R$ 2,981.
Poucos no mercado dizem acreditar que os juros, hoje em 1% (a
menor taxa em 46 anos), serão
elevados nos EUA neste momento. O que pode sacudir o mercado
é o comunicado que será divulgado pelo Fed, que pode trazer sinais de quando as taxas começarão a subir no país.
Em meio à turbulência dos mercados, o presidente do BC, Henrique Meirelles, voltou a afirmar
que "a economia brasileira está
mais resistente a choques" e que a
"eventual alta do juro americano
terá um efeito menor".
Em Washington, John Snow, secretário do Tesouro dos EUA, disse ter visto avanços importantes
na economia do país, como a queda dos juros e a redução da proporção da dívida brasileira atrelada ao câmbio. Philip Gerson, o
chefe da equipe do FMI que está
no Brasil, também teceu elogios à
economia brasileira. Gerson afirmou que dá pouca importância à
turbulência registrada no mercado nos últimos dias.
Ontem os C-Bonds, títulos da
dívida do Brasil, caíram 1,36%,
para US$ 0,9050. O dólar teve a
maior alta diante do real em nove
meses e atingiu seu maior valor
desde setembro de 2003.
China
Investidores têm se desfeito de
títulos da dívida de emergentes
para tentar se antecipar a uma alta
dos juros nos EUA. Eles também
seguem atentos à China. A preocupação do governo chinês em
conter o superaquecimento da
economia tem pesado negativamente no mercado.
A Bovespa conseguiu sair do
vermelho no final do pregão e subir 0,52%. Em abril, a Bovespa desabou 11,45%, o pior mês desde
setembro de 2002. Na BM&F, as
taxas dos contratos de juros com
vencimento a partir do 2 º semestre subiram. No contrato com
prazo em janeiro, a taxa subiu de
15,60% para 15,77%
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