São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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MERCADO TENSO

Apesar dos elogios dos EUA e do FMI à economia brasileira, risco-país sobe 5,7% na véspera de reunião do Fed

Brasil sofre com temor de juro maior nos EUA

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Elogios do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do governo americano à condução da política econômica brasileira não foram suficientes para evitar mais um tombo no mercado financeiro.
Na véspera de o Fed (banco central americano) decidir o rumo dos juros nos EUA, o risco Brasil registrou alta de 5,7%, fechando em 701 pontos. Os C-Bonds atingiram seu menor valor desde setembro de 2003. O dólar teve valorização de 1,67%, para os R$ 2,981. Poucos no mercado dizem acreditar que os juros, hoje em 1% (a menor taxa em 46 anos), serão elevados nos EUA neste momento. O que pode sacudir o mercado é o comunicado que será divulgado pelo Fed, que pode trazer sinais de quando as taxas começarão a subir no país.
Em meio à turbulência dos mercados, o presidente do BC, Henrique Meirelles, voltou a afirmar que "a economia brasileira está mais resistente a choques" e que a "eventual alta do juro americano terá um efeito menor".
Em Washington, John Snow, secretário do Tesouro dos EUA, disse ter visto avanços importantes na economia do país, como a queda dos juros e a redução da proporção da dívida brasileira atrelada ao câmbio. Philip Gerson, o chefe da equipe do FMI que está no Brasil, também teceu elogios à economia brasileira. Gerson afirmou que dá pouca importância à turbulência registrada no mercado nos últimos dias.
Ontem os C-Bonds, títulos da dívida do Brasil, caíram 1,36%, para US$ 0,9050. O dólar teve a maior alta diante do real em nove meses e atingiu seu maior valor desde setembro de 2003.

China
Investidores têm se desfeito de títulos da dívida de emergentes para tentar se antecipar a uma alta dos juros nos EUA. Eles também seguem atentos à China. A preocupação do governo chinês em conter o superaquecimento da economia tem pesado negativamente no mercado.
A Bovespa conseguiu sair do vermelho no final do pregão e subir 0,52%. Em abril, a Bovespa desabou 11,45%, o pior mês desde setembro de 2002. Na BM&F, as taxas dos contratos de juros com vencimento a partir do 2 º semestre subiram. No contrato com prazo em janeiro, a taxa subiu de 15,60% para 15,77%


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