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EXUBERÂNCIA NACIONAL
Banco registrou R$ 609 milhões no primeiro trimestre do ano; receitas com serviços cresceram quase 30%
Bradesco tem lucro 20% maior em 2004
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro do Bradesco cresceu
19,9% no primeiro trimestre deste
ano, em relação a igual período de
2003, totalizando R$ 609 milhões.
Esse valor, anualizado, projeta
um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões
para 2004, segundo cálculo da
consultoria ABM Consulting. No
ano passado o lucro do Bradesco
foi de R$ 2,3 bilhões.
O resultado do primeiro trimestre foi obtido de várias fontes.
Márcio Cypriano, presidente do
banco, destacou o peso da redução dos provisionamentos para
devedores duvidosos e o aumento
das receitas de serviços -que
cresceram 29,7%- para a formação do lucro.
As receitas obtidas na gestão de
fundos de investimento, por
exemplo, quase dobraram no período, saltando de R$ 110 milhões
para R$ 207 milhões. Já as receitas
com taxas pagas pelos correntistas aumentaram 28,1%, totalizando R$ 314 milhões -resultado da
ampliação do número de clientes,
segundo José Luiz Acar, vice-presidente do banco.
O perfil das receitas do Bradesco mudou substancialmente no
período. "No último trimestre aumentou o peso das receitas obtidas na concessão de crédito e reduziu o das provenientes da carteira de títulos e valores mobiliários", diz Gustavo Pedreira, analista da ABM Consulting.
A carteira de crédito do Bradesco cresceu 10,5% no primeiro trimestre em relação a igual período
do ano passado. Mas a demanda
ainda ficou abaixo das expectativas, tanto que o banco reduziu
sua projeção de crescimento para
a área neste ano.
Segundo Cypriano, a carteira de
crédito deverá ter uma expansão
entre 18% e 20% em 2004. A estimativa anterior era de um crescimento entre 22% e 25%. A revisão
ocorreu, segundo Cypriano, devido à menor demanda verificada
entre as empresas. "Muitas empresas liquidaram empréstimos
tomados junto ao banco usando
recursos captados no mercado internacional", diz Cypriano.
A mudança nas projeções para a
área de crédito, segundo ele, não
deverá afetar o resultado do banco no final do ano. "Estamos contando com a ampliação da base de
clientes para aumentar os resultados", afirmou.
Receitas
No primeiro trimestre do ano
passado, 43,9% das receitas do
Bradesco vinham de operações
com títulos e valores mobiliários
-ou seja, eram ganhos de tesouraria. Neste ano, essas operações
representaram apenas 23,2% da
receita total, segundo análise da
ABM Consulting.
A rentabilidade da carteira de títulos do banco também despencou no período -de 40,8% no
primeiro trimestre de 2003 para
14,1% de janeiro a março deste
ano. "Essa diferença deve-se,
principalmente, à queda dos juros", diz Pedreira.
Desde que começou o corte dos
juros os bancos vêm iniciando
uma guinada para a área de crédito, apostando no aumento da demanda por empréstimos. O Bradesco comprou o banco Zogbi no
ano passado e fez convênios com
diversas redes distribuidoras de
veículos para incrementar sua
carteira de empréstimos.
Assim, no primeiro trimestre, a
maior parte dos ativos do bancos
esteve concentrada na carteira de
crédito (40,8%), segundo cálculos
da ABM. Já as operações com títulos e valores representaram 33%
do total de ativos do Bradesco.
Apesar de a redução dos juros ter
afetado a rentabilidade dessa carteira, o Bradesco ampliou a compra de títulos.
Em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a
carteira de títulos e valores cresceu 9,3%. "Esse investimento ainda é muito rentável no Brasil e a
economia não está pronta para
absorver maior volume de crédito
que surgiria em substituição a essas aplicações", observa Pedreira.
Do lado das despesas, houve redução de 8,9% nos custos do banco. A principal causa foi a redução
em 30,6% das provisões para devedores duvidosos.
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