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Saldo crescente se deve a vendas maiores, diz BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central divulgou ontem um estudo que afirma que o
aumento das exportações registrado desde o ano passado não é
conseqüência apenas do aumento
dos preços de algumas mercadorias no mercado internacional, e
sim do crescimento nos embarques de produtos brasileiros.
Em 2003, as exportações cresceram 21,1%, totalizando US$
73,084 bilhões. O BC, com base
em dados da Funcex (Fundação
Centro de Estudos do Comércio),
diz que esse aumento de 21,1%
pode ser dividido em dois componentes: 4,7 pontos percentuais
do crescimento reflete o aumento
dos preços e 15,7 foram conseqüência das maiores quantidades
de mercadorias embarcadas.
O estudo serve como contraponto às análises que diziam que
os resultados recordes alcançados
pela balança comercial refletiam,
sobretudo, o aumento das cotações de produtos agrícolas. Esses
preços, por sua vez, estão sendo
pressionados pela maior demanda da China por bens importados.
"Não é correto afirmar que o aumento do preço das commodities
seja o principal determinante do
crescimento recente das exportações brasileiras", diz o texto.
O receio era que, com uma
eventual desaceleração da economia chinesa, os preços desses produtos voltassem a cair. Isso poderia colocar em risco o desempenho da balança comercial brasileira. Apesar de terem registrado
uma pequena queda no mês passado, as exportações para a China
somaram US$ 1,567 bilhão entre
janeiro e abril deste ano, valor
30,6% maior que nos primeiros
quatro meses de 2003.
Segundo pesquisa do BC entre
bancos e empresas de consultoria,
a expectativa do mercado é que o
superávit comercial chegue a US$
25 bilhões neste ano.
A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) e o Iedi
(Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial) afirmam
que os dados da pesquisa do BC
precisam ser relativizados.
Pelos cálculos do Iedi, do aumento de 21,1% nas exportações
brasileiras em 2003, 80% se deve a
aumento do volume exportado e
20% a melhora de preço (as cotações da soja, responsável por
11,7% das exportações brasileiras,subiram 14,5% em 2003). ""O
fenômeno China e a retomada da
Argentina para um patamar anterior à crise econômica responderam sozinhas quase metade do
aumento do volume exportado. A
dúvida não é 2004, mas 2005: a
China vai manter esse fôlego? As
exportações para a Argentina vão
reproduzir o mesmo patamar de
aumento do ano passado? Não",
diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi.
Uma eventual freada chinesa teria efeitos perversos. Em 2003, a
China respondeu por 6,2% das
exportações brasileiras, atrás apenas dos EUA e da Argentina. Pelos cálculos da AEB, a queda de
um ponto percentual em exportações para a China significaria uma
perda de US$ 700 milhões.
Com a Reportagem Local
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