São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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MUDANÇA

Aumento é no 1º trimestre

Captação dos planos de previdência sobe 47%

DA REPORTAGEM LOCAL

As discussões sobre a reforma da Previdência e a agressiva estratégia de venda de instituições financeiras voltaram a determinar, em 2004, o crescimento dos planos de previdência privada.
No primeiro trimestre, as captações desses planos somaram R$ 4,43 bilhões, um crescimento de 47,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o aumento, a carteira de investimentos desse setor chegou a R$ 51,9 bilhões em março. No mesmo mês do ano passado, os depósitos totalizavam R$ 35,5 bilhões.
A crescente demanda por esses planos não é novidade. No ano passado, a captação dos fundos de previdência privada foi de R$ 14,869 bilhões, alta de 53,56% ante 2002, de acordo com dados da Anapp (Associação Nacional da Previdência Privada).
"As dúvidas geradas pela reforma da Previdência e a percepção de que novas reformas virão, ou seja, de que a previdência terá regras mais rigorosas, incentivaram a procura", afirma Osvaldo Nascimento, presidente da entidade.
"O brasileiro começou a perceber que precisa ter uma previdência complementar, pois, se depender da Previdência Social, cujo teto é de R$ 2.508,72, vai ter uma velhice pobre", assinala a consultora de investimentos Marcia Dessen.
Segundo especialistas, outro fator que influencia a alta é que esses planos garantem ganhos consideráveis para os bancos, que investem pesado na venda do produto. Para ter uma idéia, a taxa de administração de um plano de previdência é de, em média, 4%, enquanto que, no caso de um fundo DI, por exemplo, é de 1%.
Além disso, esses fundos são relativamente novos -o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres), por exemplo, que tem o maior crescimento, foi lançado no ano retrasado.
A receita do VGBL -plano destinado a trabalhadores da economia informal, profissionais liberais e contribuintes que fazem a declaração simplificada do Imposto de Renda- somou R$ 2,331 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 154%.
Esse produto não possibilita dedução do Imposto de Renda, mas o investidor só paga a contribuição sobre os rendimentos, e não sobre o montante investido.
No caso do PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres), lançado em 97 para quem faz a declaração pelo formulário completo, a alta foi de 23,5%, com receita de R$ 1,156 bilhão. As contribuições feitas a um PGBL podem ser deduzidas nas declarações anuais até o limite de 12% da renda bruta tributável (basicamente o salário bruto). O IR é cobrado sobre o total do capital, no resgate.
As receitas dos fundos de pensão fechados -direcionados para empresas privadas e públicas- totalizaram R$ 239,7 bilhões no ano passado, crescimento de 27,5% em relação a 2002, segundo a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência. (MAELI PRADO)


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