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MUDANÇA
Aumento é no 1º trimestre
Captação dos planos de previdência sobe 47%
DA REPORTAGEM LOCAL
As discussões sobre a reforma
da Previdência e a agressiva estratégia de venda de instituições financeiras voltaram a determinar,
em 2004, o crescimento dos planos de previdência privada.
No primeiro trimestre, as captações desses planos somaram R$
4,43 bilhões, um crescimento de
47,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o aumento, a carteira de investimentos desse setor chegou a R$ 51,9
bilhões em março. No mesmo
mês do ano passado, os depósitos
totalizavam R$ 35,5 bilhões.
A crescente demanda por esses
planos não é novidade. No ano
passado, a captação dos fundos de
previdência privada foi de R$
14,869 bilhões, alta de 53,56% ante
2002, de acordo com dados da
Anapp (Associação Nacional da
Previdência Privada).
"As dúvidas geradas pela reforma da Previdência e a percepção
de que novas reformas virão, ou
seja, de que a previdência terá regras mais rigorosas, incentivaram
a procura", afirma Osvaldo Nascimento, presidente da entidade.
"O brasileiro começou a perceber que precisa ter uma previdência complementar, pois, se depender da Previdência Social, cujo teto é de R$ 2.508,72, vai ter uma velhice pobre", assinala a consultora
de investimentos Marcia Dessen.
Segundo especialistas, outro fator que influencia a alta é que esses planos garantem ganhos consideráveis para os bancos, que investem pesado na venda do produto. Para ter uma idéia, a taxa de
administração de um plano de
previdência é de, em média, 4%,
enquanto que, no caso de um fundo DI, por exemplo, é de 1%.
Além disso, esses fundos são relativamente novos -o VGBL
(Vida Gerador de Benefícios Livres), por exemplo, que tem o
maior crescimento, foi lançado
no ano retrasado.
A receita do VGBL -plano destinado a trabalhadores da economia informal, profissionais liberais e contribuintes que fazem a
declaração simplificada do Imposto de Renda- somou R$
2,331 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 154%.
Esse produto não possibilita dedução do Imposto de Renda, mas
o investidor só paga a contribuição sobre os rendimentos, e não
sobre o montante investido.
No caso do PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres), lançado
em 97 para quem faz a declaração
pelo formulário completo, a alta
foi de 23,5%, com receita de R$
1,156 bilhão. As contribuições feitas a um PGBL podem ser deduzidas nas declarações anuais até o
limite de 12% da renda bruta tributável (basicamente o salário
bruto). O IR é cobrado sobre o total do capital, no resgate.
As receitas dos fundos de pensão fechados -direcionados para empresas privadas e públicas- totalizaram R$ 239,7 bilhões no ano passado, crescimento de 27,5% em relação a 2002, segundo a Secretaria de Previdência
Complementar do Ministério da
Previdência.
(MAELI PRADO)
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