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MERCADO ABERTO
Câmbio valorizado atinge montadoras
A sobrevalorização do câmbio
já começa a afetar as montadoras. A reestruturação
anunciada ontem pela Volks
do Brasil, com a provável demissão de mais de 5.000 funcionários, reflete a perda de competitividade da indústria brasileira.
Já há alguns meses, a matriz da
Volks na Alemanha e a filial brasileira discutem a possibilidade
de um grande corte no país para
compensar a perda nas exportações. A produção no Brasil ficou
cara demais para a Volks.
Uma das principais medidas
em estudo era descontinuar a fabricação do Fox, cuja produção é
centralizada no Brasil. O Fox começou a ser produzido em 2004,
quando o dólar estava em torno
de R$ 2,4 e a perspectiva era chegar no ano seguinte perto de R$
2,8, o que tornaria a produção altamente rentável para a montadora. Na época, falava-se até em
dólar a R$ 3 em 2006. Nunca, nos
planos da Volks, era previsto um
dólar perto de R$ 2.
Segundo Roberto Giannetti da
Fonseca, presidente da Funcex e
diretor da Fiesp, a sobrevalorização do câmbio não atinge apenas
a Volks. Outras empresas estão
transferindo a produção para fora do Brasil pelo mesmo motivo.
Entre elas, Marcopolo, Azaléa,
Vicunha, Coteminas e Moinho
Santista, entre outras.
O real foi a moeda que mais se
valorizou no mundo nos últimos
dois anos. De acordo com Giannetti da Fonseca, a valorização do
real nesse período foi de 40%, o
que explica a perda de competitividade da indústria brasileira.
O problema se torna ainda
mais preocupante devido ao
crescente descasamento entre o
fluxo financeiro da entrada de
dólares e o fluxo físico da exportação. Para investir nos juros altos, muitos exportadores têm fechado contratos de venda de
produtos que só serão entregues
em 2007 e 2008. Esse fechamento
antecipado de câmbio provocou
um hiato de US$ 15 bilhões na
balança comercial brasileira -o
país exportou fisicamente US$
120 bilhões, mas entraram no
país, em razão dessa venda antecipada, US$ 135 bilhões. O problema é que essa antecipação do
câmbio agora pode significar falta de dólar no futuro. Os produtos serão entregues, mas o dólar
não entrará no país.
CONVERSA COM O ZÉ
O Credit Suisse organiza encontro com o ex-ministro José
Dirceu na próxima terça, em SP,
na sede do banco. Chamado de
conversa com José Dirceu, o encontro será restrito a clientes do
banco. O Credit Suisse esclarece
que o evento é organizado pelo
banco de investimento, que atua
de forma independente do escritório de representações do banco
-que está, desde março, sob investigação da Polícia Federal.
RISCO EVIDENTE
Estudo do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência) já alertava para a questão do
gás natural antes do anúncio de
Evo Morales. "O fornecimento
de gás oriundo exclusivamente
da Bolívia oferece riscos na garantia do seu suprimento futuro,
haja vista que parte da população local se posiciona contrária à
venda do gás para o exterior,
através de empresas privadas estrangeiras, como é o caso da Petrobras", adverte o documento
"Matriz Brasileira de Combustíveis", para quem a massificação
do consumo interno de gás é
uma tendência irreversível.
MÍNIMO MAIOR
O Estado do Paraná terá o
maior salário mínimo do país,
entre R$ 427 e R$ 437,80. O novo
piso, cujo projeto foi aprovado
ontem pela assembléia legislativa, poderá injetar até R$ 66 milhões ao mês na economia estadual, segundo dados do Dieese.
SOLIDÁRIO
O HSBC lançou três produtos
"sustentáveis" que devem ampliar os recursos das ações sociais que o banco promove com
seu Instituto Solidariedade. Cada vez que um cliente adotar o
extrato eletrônico ou o débito
automático, o banco destinará
R$ 0,25 por operação à área.
ELITE DA ELITE
Apesar da descoberta de novos destinos turísticos nos últimos anos, o "velho continente"
ainda tem o monopólio dos
melhores quartos do mundo
-ou, ao menos, dos mais caros. É o que revela lista da revista "Forbes" com as maiores
diárias de hotéis existentes, e
quatro europeus na ponta. O
"campeão" foi a suíte na cobertura do hotel Martinez, em
Cannes, que cobra US$ 37,2 mil
por noite, com direito a quatro
quartos, um terraço privativo e
vista para o Mediterrâneo. O
ranking conta ainda com mitos
como o Plaza Athenée, em Paris, cuja diária de sua suíte real
custa US$ 17,5 mil, e hotéis de
grandes redes, como o InterContinental em Hong Kong,
com uma suíte presidencial de
7.000 m2 e direito a serviço de
quarto do restaurante do estrelado chef Alain Ducasse.
GUILHERME BARROS, com Marcelo Satake e Isabelle Moreira Lima
@ - guilherme.barros@uol.com.br
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