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Bolsa rompe os 50 mil pontos pela 1ª vez
Cenário internacional tem favorecido mercado acionário pelo mundo; Bovespa tem acompanhado essa onda positiva
Bovespa sobe 1,51% e já acumula ganho de 12,9% neste ano, mas analistas recomendam cautela para os novos investidores
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez a Bolsa de
Valores de São Paulo rompeu a
barreira dos 50 mil pontos. A
valorização de 1,51% fez com
que a Bovespa terminasse as
operações em inéditos 50.218
pontos. Esse momento virtuoso não se restringe à Bovespa,
tendo se repetido em mercados
acionários por todo o mundo.
A Bolsa de Nova York fechou
ontem com seu principal índice
acionário, o Dow Jones, em um
novo patamar recorde (13.241
pontos), ao subir 0,22%. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve alta
de 0,30%.
Dentre os latino-americanos,
muitas Bolsas de Valores -como as de México, Argentina,
Chile e Peru -estão em (ou bateram recentemente) suas máximas históricas.
O mesmo ocorre nas principais praças financeiras da Ásia
e da Europa. Ontem a Bolsa de
Londres subiu 0,82%. Em
Frankfurt, a alta ficou em
0,28%.
A pontuação das Bolsas é calculada a partir dos preços das
ações. Assim, atingir um nível
recorde de pontuação significa
que nunca antes as ações listadas valeram tanto.
Na quarta-feira, as 367 empresas que tiveram ações negociadas na Bovespa encerraram
o pregão valendo um total de
R$ 1,765 trilhão. No ano, a Bovespa já subiu 12,9%.
As três companhias mais valiosas da Bolsa são Petrobras
(R$ 215,03 bilhões), Vale do Rio
Doce (R$ 194,71 bilhões) e Itaú
(R$ 91,11 bilhões).
"A Bovespa está acompanhando um movimento mundial de valorização", afirma Pedro Paulo Silveira, economista
da Grau Gestão de Ativos.
"Somente algum evento econômico internacional muito
negativo, que altere e reduza o
apetite dos investidores ao risco, pode mudar essa tendência.
Mas não vejo isso ocorrendo no
médio prazo", avalia Silveira.
Neste momento, analistas
não falam em "bolha" ao se referirem ao mercado acionário.
O crescimento econômico
mundial tem sido um importante fator favorável às Bolsas.
Balanços de empresas de diferentes setores têm surpreendido positivamente a cada trimestre, atraindo investidores e
elevando os preços das ações.
Segundo o FMI, a economia
mundial deve crescer 4,9% neste e no próximo ano. A confirmação dessa previsão faria com
que o mundo chegasse ao sexto
ano seguido de expansão em
torno de 5%, o que seria um feito inédito desde meados da década de 1970.
A divulgação de dados econômicos ontem nos EUA motivou
a continuidade do movimento
de valorização do mercado
mundial. O recuo no número
de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA somou-se a dados que mostraram que o setor
de serviços no país teve expansão acima do esperado em abril.
Os dados dos EUA abafaram
temores de desaquecimento na
maior economia do mundo.
Cautela
A alta forte e rápida da Bovespa, aliada a queda nos juros
que remuneram aplicações em
renda fixa, faz com que muitos
investidores pensem em aplicar em ações. Mas ganho passado não é garantia de ganho futuro.
"Muita gente acaba sendo
atraída para a Bolsa nesses momentos. Quem está fora do
mercado acionário e quiser entrar agora deve disponibilizar
apenas um percentual bem pequeno de suas economias para
isso", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo
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