São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Bolsa rompe os 50 mil pontos pela 1ª vez

Cenário internacional tem favorecido mercado acionário pelo mundo; Bovespa tem acompanhado essa onda positiva

Bovespa sobe 1,51% e já acumula ganho de 12,9% neste ano, mas analistas recomendam cautela para os novos investidores


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez a Bolsa de Valores de São Paulo rompeu a barreira dos 50 mil pontos. A valorização de 1,51% fez com que a Bovespa terminasse as operações em inéditos 50.218 pontos. Esse momento virtuoso não se restringe à Bovespa, tendo se repetido em mercados acionários por todo o mundo.
A Bolsa de Nova York fechou ontem com seu principal índice acionário, o Dow Jones, em um novo patamar recorde (13.241 pontos), ao subir 0,22%. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve alta de 0,30%.
Dentre os latino-americanos, muitas Bolsas de Valores -como as de México, Argentina, Chile e Peru -estão em (ou bateram recentemente) suas máximas históricas.
O mesmo ocorre nas principais praças financeiras da Ásia e da Europa. Ontem a Bolsa de Londres subiu 0,82%. Em Frankfurt, a alta ficou em 0,28%.
A pontuação das Bolsas é calculada a partir dos preços das ações. Assim, atingir um nível recorde de pontuação significa que nunca antes as ações listadas valeram tanto.
Na quarta-feira, as 367 empresas que tiveram ações negociadas na Bovespa encerraram o pregão valendo um total de R$ 1,765 trilhão. No ano, a Bovespa já subiu 12,9%.
As três companhias mais valiosas da Bolsa são Petrobras (R$ 215,03 bilhões), Vale do Rio Doce (R$ 194,71 bilhões) e Itaú (R$ 91,11 bilhões).
"A Bovespa está acompanhando um movimento mundial de valorização", afirma Pedro Paulo Silveira, economista da Grau Gestão de Ativos.
"Somente algum evento econômico internacional muito negativo, que altere e reduza o apetite dos investidores ao risco, pode mudar essa tendência. Mas não vejo isso ocorrendo no médio prazo", avalia Silveira.
Neste momento, analistas não falam em "bolha" ao se referirem ao mercado acionário. O crescimento econômico mundial tem sido um importante fator favorável às Bolsas. Balanços de empresas de diferentes setores têm surpreendido positivamente a cada trimestre, atraindo investidores e elevando os preços das ações.
Segundo o FMI, a economia mundial deve crescer 4,9% neste e no próximo ano. A confirmação dessa previsão faria com que o mundo chegasse ao sexto ano seguido de expansão em torno de 5%, o que seria um feito inédito desde meados da década de 1970.
A divulgação de dados econômicos ontem nos EUA motivou a continuidade do movimento de valorização do mercado mundial. O recuo no número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA somou-se a dados que mostraram que o setor de serviços no país teve expansão acima do esperado em abril.
Os dados dos EUA abafaram temores de desaquecimento na maior economia do mundo.

Cautela
A alta forte e rápida da Bovespa, aliada a queda nos juros que remuneram aplicações em renda fixa, faz com que muitos investidores pensem em aplicar em ações. Mas ganho passado não é garantia de ganho futuro.
"Muita gente acaba sendo atraída para a Bolsa nesses momentos. Quem está fora do mercado acionário e quiser entrar agora deve disponibilizar apenas um percentual bem pequeno de suas economias para isso", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo


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